FOLHA DE SP - 05/08
Ministros enxergam duas estratégias em gestação na defesa dos réus para desqualificar a acusação do mensalão. A primeira questionaria o poder investigatório do Ministério Público, já em debate no STF. A segunda sustentaria a inexistência da figura da organização criminosa na lei brasileira, fragilizando a denúncia de formação de quadrilha e derrubando imputações de lavagem de dinheiro. O voto de Joaquim Barbosa, dizem os advogados, trará respostas a essas duas tentativas.
Ministros enxergam duas estratégias em gestação na defesa dos réus para desqualificar a acusação do mensalão. A primeira questionaria o poder investigatório do Ministério Público, já em debate no STF. A segunda sustentaria a inexistência da figura da organização criminosa na lei brasileira, fragilizando a denúncia de formação de quadrilha e derrubando imputações de lavagem de dinheiro. O voto de Joaquim Barbosa, dizem os advogados, trará respostas a essas duas tentativas.
Cronologia Por definição legal, o crime de lavagem exige outro anterior. Defensores alegam que, como alguns réus não integram nenhum núcleo definido pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o crime precedente seria a própria organização criminosa.
Quem ganha Com isso, o ex-deputado Paulo Rocha deverá ser beneficiado, já que ministros admitem nos bastidores rever o voto caso a questão venha à tona.
Preventivo Observadores do STF dizem que o ministro Luiz Fux está segurando a Adin que questiona a autonomia do MP desde março, quando pediu vista, para evitar que uma eventual decisão anulasse o trabalho da Procuradoria no mensalão.
#comofaz Ministros devem fazer reunião administrativa antes do voto de Barbosa para definir se cada um já indicará penas no próprio voto ou se o tema será tratado depois da decisão sobre condenações ou absolvições.
Ufa! Pela expectativa de ministros e advogados, o voto do relator terá mil páginas, e deverá consumir cinco sessões para ser lido. Já o do revisor Ricardo Lewandowski é estimado em 1.300 páginas, e deve ocupar um dia a mais.
Épico De um ministro descrevendo a união dos advogados em torno da mesma estratégia para atrasar o julgamento: "Vão vir para cima da gente como os 300 de Esparta. Temos de resistir".
Time... Pressionado pela expansão de candidaturas do PT e PMDB em redutos tucanos, Geraldo Alckmin escalou os secretários de seu núcleo político para mutirão em cem cidades paulistas.
... em campo Julio Semeghini (Planejamento), Edson Aparecido (Desenvolvimento Metropolitano), Sílvio Torres (Habitação), Bruno Covas (Meio Ambiente), José Aníbal (Energia) e Sidney Beraldo (Casa Civil) turbinarão campanhas de aliados nas regiões do Estado onde mantêm eleitorado cativo.
Flashes O governador também fará sessão de fotos com 45 candidatos do PSDB do interior amanhã à noite.
Esplanada... O PT levará a partir da segunda quinzena do mês cinco ministros aos polos estratégicos de São Paulo: Alozio Mercadante (Educação), Alexandre Padilha (Saúde), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Miriam Belchior (Planejamento) e José Eduardo Cardozo (Justiça).
...itinerante A agenda será casada com demandas regionais de suas pastas.
Comigo não José Serra seguirá refutando o chamado de Gabriel Chalita para debater os modelos de gestão na Educação em São Paulo. Embora se incomode com as críticas do peemedebista, evidenciadas no primeiro debate na TV, o tucano entende que essa polarização só interessa a Chalita.
Rewind Petistas compararam as estreias de Fernando Haddad e Dilma Rousseff em debates. A equipe de marketing do candidato considerou o ex-ministro mais solto e objetivo que a então candidata à Presidência, que debutou neste formato de confronto televisivo em agosto de 2010.
TIROTEIO
No camarote do PSDB, faltou incluir placa dizendo que o evento era patrocinado pelas Organizações Cachoeira e Marconi Perillo.
DO LÍDER DO PT NA CÂMARA, JILMAR TATTO (SP), ironizando a sessão preparada por tucanos para acompanhar o julgamento no STF em telão.
Contraponto
A vez da mulher
Em cerimônia que selou aliança no setor de petróleo entre os governos da Argentina e da Venezuela, em Brasília, a presidente Cristina Kirchner voltou a defender a nacionalização da petroleira YPF, expropriada em abril da espanhola Repsol. Em seu discurso, ela reconheceu que a decisão não foi simples.
-Elegemos um caminho difícil... As mulheres são assim: gostamos das coisas difíceis. Para as fáceis, os homens são melhores!
Na plateia, o venezuelano Hugo Chávez gargalhou. Em seguida, aplaudiu efusivamente a colega argentina.
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