sexta-feira, agosto 03, 2012

Day after - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 03/08


Com o atraso no cronograma, advogados dos réus do mensalão já estudam os cenários possíveis caso o ministro Cezar Peluso se aposente em setembro sem votar. Em caso de empate, não está claro para a defesa se a decisão seria em favor dos acusados ou se o presidente Ayres Britto arbitraria. Apenas um entendimento é consensual: ainda que Dilma Rousseff nomeie o substituto durante o julgamento, ele não poderá dar seu voto, uma vez que Peluso já se manifestou.

Fla-Flu Defensores dos réus vibravam com os elogios dos ministros ao voto de Ricardo Lewandowski, que avaliaram como desagravo à "deselegância" de Joaquim Barbosa com o revisor. Mas ficaram desolados com o placar amplamente contrário à tese do desmembramento.

Bolsa... Com a abertura de duas vagas no Supremo até o fim do ano, advogados estrelados já apostam no nome de Arnaldo Malheiros, que defende do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares no processo do mensalão, para ocupar uma das cadeiras.

... de apostas Surpreso, o criminalista afirma que, se for chamado, encarará como uma "missão". Ele lembra que o salário é bem inferior aos ganhos com escritórios de advocacia. "O Eros Grau falava que perdia R$ 1 milhão por ano", diz, referindo-se ao ministro aposentado.

Eu? Decano do STF, o ministro Celso de Mello confidenciou a um colega que não pretende deixar a Corte após o julgamento do mensalão.

Na ativa Apesar da alta só estar prevista para domingo, Roberto Jefferson, diagnosticado com câncer no pâncreas, despachou ontem o dia todo do hospital em que está internado, no Rio. Enquanto começava o julgamento do mensalão, no qual é réu, ele recebeu dirigentes petebistas para discutir estratégias para as eleições.

Não é comigo Na reabertura dos trabalhos da Câmara, apenas os líderes das bancadas do PT, PSDB, DEM, PPS e PSOL trataram do mensalão. Deputados dos outros 17 partidos com representação na Casa ignoraram o julgamento nos pronunciamentos em plenário -inclusive o PTB, hoje presidido por Jefferson, delator do esquema.

Hora do rush Simultaneamente ao início do julgamento, João Paulo Cunha (PT-SP), único réu que disputa a eleição, falava sobre o "trânsito caótico" de Osasco em reunião com aliados no Sindicato dos Bancários.

Veja bem José Roberto Batocchio diz que arrolou no processo de Flávio Maluf testemunhas na Síria, no Egito, no Afeganistão e no Iraque porque a Eucatex tem negócios nesses países. Da mesma forma, diz ele, o Ministério Público usou documentos produzidos no exterior.

Sem teto Guilherme Afif reagiu ontem à limitação do ingresso de secretários em conselhos de estatais, anunciada por Geraldo Alckmin. "Sou contra. Suplementar a remuneração é legítimo e ajuda a qualificar o governo", diz o vice-governador, fora da lista de bonificados.

Padrinhos Eduardo Campos (PSB) fará corpo a corpo hoje ao lado de Jonas Donizette, seu candidato em Campinas, praça na qual duelará com Lula como cabo eleitoral. Aliado nacional do governador pernambucano, o ex-presidente promete ajudar Márcio Pochmann (PT).

Visita à Folha Ricardo Annes Guimarães, presidente do BMG, visitou ontem a Folha. Estava com Márcio Alaor de Araújo, vice-presidente executivo do banco, Marcus Vinícius Fernandes Vieira, advogado, e Luiz Sales e Daniel Bruin, diretores da SPGA Comunicação.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio

"Pela Constituição, todo o cidadão é inocente até se prove o contrário. A PM condena e mata. Só depois vê a ficha de quem aborda."

DO DEPUTADO ESTADUAL ENIO TATTO (PT), sobre o paciente de câncer confundido com criminoso e ofendido em blitz na zona leste paulistana.

contraponto

Dança das cadeiras

Com a superlotação do plenário do STF, ontem, advogados dos réus não conseguiram lugares para sentar no local reservado à defesa e tiveram de buscar cadeiras vagas na plateia. Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, defensor de Duda Mendonça, questionou o advogado de José Dirceu, José Luis Oliveira Lima, o Juca:

-Arrumou lugar ou vamos ficar em pé?

Sem resposta, Kakay emendou, arrancando um sorriso amarelo do colega:

-Se o ministro Toffoli se disser impedido vai sobrar um lugar ali. Um de nós pode ficar sentado...

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