O Estado de S.Paulo - 24/06
Jornalista volta ao ar amanhã no comando de show matinal
William Bonner já não precisa mais perguntar à mulher, em rede nacional: "Onde está você, Fátima Bernardes?" Agora ela fica no Projac, o complexo de estúdios da Globo em Jacarepaguá, todo santo dia, de segunda a sexta, sem motivo para aparecer na TV em outro endereço que não seja o seu estúdio high tech. Depois de 13 anos dizendo "boa-noite", é hora de enfatizar que seu negócio agora é "bom-dia".
Perto de completar 50 anos, a virginiana Fátima promoveu uma virada rigorosa na rotina, para estrear amanhã, às 10h40, o Encontro com Fátima Bernardes, fruto de oito meses de planejamento, entre pesquisas, reuniões e ideias que pareciam não acabar mais. De fato, não acabam, garante ela.
A essência do programa é a conversa. É a informação a serviço do entretenimento e vice-versa, sob variados pontos de vista e o testemunho de uma plateia de 60 pessoas que só estarão ali sob a condição de acrescentar algo ao conteúdo. "Não é uma plateia de espectadores, é uma plateia de convidados que podem ser entrevistados", conta. "E dá um trabalho danado montar essa plateia todos os dias." Quem disse que seria fácil deixar a bancada do maior telejornal do País? Eis um resumo da nossa conversa.
Apresentar um programa que promove conversa ao vivo aumenta o risco de o apresentador expor sua opinião, o que não ocorria no JN. Está preparada?
É um risco controlado, estou preparada para essa exposição. Talvez seja um vício de jornalista, mas ainda acho que, muito mais importante do que eu dizer se gosto ou não, é levar informação para aquela pessoa que está em casa e não teria condição de ter. Transmito muito mais quando passo conteúdo do que quando passo opinião, é disso que as pessoas precisam. O público pode pensar com a própria cabeça. Vou até dizer, em algumas situações, o que penso, porque numa conversa, não tem como, é natural, mas a minha preocupação é que a gente busque muita informação sobre o assunto em discussão para acrescentar ao repertório de quem vê. Quando saí do jornal, minha ideia era levar a rua que encontrava lá fora para dentro do estúdio.
Todo planejado, o programa poderá ser interrompido a qualquer momento em função do factual. Como virginiana, como você sobrevive a isso?
Mas eu sou toda programada na minha vida pessoal, não profissional. Olha que engraçado: no trabalho, sou uma pessoa corajosa, fiz coisas que jamais imaginaria fazer, não tenho o menor problema com a questão do ao vivo, corri atrás disso a vida inteira. Na vida pessoal já é outra coisa, quando chego ali já gosto de fazer minha listinha, fico desesperada por não saber o que vou fazer no dia seguinte, gosto de ter isso sob controle. Já no trabalho, gosto de ser desafiada, é um exercício para mim, que sou tão controladora, saber que não está tudo sob controle.
Quem escolhe o figurino, agora exibido da cabeça aos pés?
A figurinista responsável pelo programa é a Claudia Kopke, mas ela me dá toda a liberdade para participar desta escolha. Parte dos acessórios, por exemplo, são pessoais, que no começo eu trouxe como sugestão e ela decidiu incorporar. O que me deixa feliz é que o figurino que o telespectador verá inclui peças que também tenho semelhantes em casa, são roupas que realmente uso fora do estúdio.
Sente falta de trabalhar ao alcance do Bonner, ou a mudança de rotina é até bem-vinda?
Quando dividíamos a bancada do Jornal Nacional, nem sempre estávamos juntos o dia inteiro. Ele chegava mais cedo à emissora, almoçava por lá e eu não. É claro que estávamos dentro de um mesmo ambiente, mas cada um tinha suas responsabilidades, suas funções. Essa mudança permitiu que tivéssemos uma troca diferente. Fico curiosa sobre o que vejo no JN e ele também quer saber das novidades desta minha nova rotina. Toda mudança é sempre bem-vinda, dá um gás novo.
Essa faixa matinal na TV é recheada de conteúdo muito distinto do oferecido pelo JN, no melhor estilo útil-fútil. Como escapar disso?
Temos tentado encontrar outros temas que também possam interessar ao público. Acho que as pessoas têm pouco tempo e querem aproveitá-lo da melhor maneira possível. Nossa equipe está obsessivamente procurando encontrar esses assuntos que não precisam ser pesados, mas que sejam interessantes para uma boa conversa.
Um caso como o da mulher que esquartejou o marido ocuparia qual espaço no programa?
Todo assunto pode ser tema do programa. Se estreássemos esta semana, por exemplo, é claro que a Rio+20 estaria inserida ali de alguma forma. Não necessariamente com entradas ao vivo, mas certamente traríamos o tema para essa grande roda. Já o crime, só se tivéssemos um diferencial, algo que não estivesse sendo mostrado nos telejornais. Ou numa pauta mais ampla que tratasse de outros crimes passionais ou por motivação financeira.
Patrícia Poeta, ao assumir seu lugar no JN, admitiu que estava sorrindo menos do que no Fantástico, já que as notícias não ajudam. Você espera sorrir mais?
Passei exatamente pelo que Patrícia Poeta passou quando saí do Fantástico, é natural. Sobre meu novo programa, certamente estarei pronta para sorrir e me emocionar, dependendo da situação, é claro.
Se você não fosse Fátima Bernardes, quem gostaria de ser?
Uma bailarina clássica de muito sucesso. Como sou brasileira, a Ana Botafogo.
William Bonner já não precisa mais perguntar à mulher, em rede nacional: "Onde está você, Fátima Bernardes?" Agora ela fica no Projac, o complexo de estúdios da Globo em Jacarepaguá, todo santo dia, de segunda a sexta, sem motivo para aparecer na TV em outro endereço que não seja o seu estúdio high tech. Depois de 13 anos dizendo "boa-noite", é hora de enfatizar que seu negócio agora é "bom-dia".
Perto de completar 50 anos, a virginiana Fátima promoveu uma virada rigorosa na rotina, para estrear amanhã, às 10h40, o Encontro com Fátima Bernardes, fruto de oito meses de planejamento, entre pesquisas, reuniões e ideias que pareciam não acabar mais. De fato, não acabam, garante ela.
A essência do programa é a conversa. É a informação a serviço do entretenimento e vice-versa, sob variados pontos de vista e o testemunho de uma plateia de 60 pessoas que só estarão ali sob a condição de acrescentar algo ao conteúdo. "Não é uma plateia de espectadores, é uma plateia de convidados que podem ser entrevistados", conta. "E dá um trabalho danado montar essa plateia todos os dias." Quem disse que seria fácil deixar a bancada do maior telejornal do País? Eis um resumo da nossa conversa.
Apresentar um programa que promove conversa ao vivo aumenta o risco de o apresentador expor sua opinião, o que não ocorria no JN. Está preparada?
É um risco controlado, estou preparada para essa exposição. Talvez seja um vício de jornalista, mas ainda acho que, muito mais importante do que eu dizer se gosto ou não, é levar informação para aquela pessoa que está em casa e não teria condição de ter. Transmito muito mais quando passo conteúdo do que quando passo opinião, é disso que as pessoas precisam. O público pode pensar com a própria cabeça. Vou até dizer, em algumas situações, o que penso, porque numa conversa, não tem como, é natural, mas a minha preocupação é que a gente busque muita informação sobre o assunto em discussão para acrescentar ao repertório de quem vê. Quando saí do jornal, minha ideia era levar a rua que encontrava lá fora para dentro do estúdio.
Todo planejado, o programa poderá ser interrompido a qualquer momento em função do factual. Como virginiana, como você sobrevive a isso?
Mas eu sou toda programada na minha vida pessoal, não profissional. Olha que engraçado: no trabalho, sou uma pessoa corajosa, fiz coisas que jamais imaginaria fazer, não tenho o menor problema com a questão do ao vivo, corri atrás disso a vida inteira. Na vida pessoal já é outra coisa, quando chego ali já gosto de fazer minha listinha, fico desesperada por não saber o que vou fazer no dia seguinte, gosto de ter isso sob controle. Já no trabalho, gosto de ser desafiada, é um exercício para mim, que sou tão controladora, saber que não está tudo sob controle.
Quem escolhe o figurino, agora exibido da cabeça aos pés?
A figurinista responsável pelo programa é a Claudia Kopke, mas ela me dá toda a liberdade para participar desta escolha. Parte dos acessórios, por exemplo, são pessoais, que no começo eu trouxe como sugestão e ela decidiu incorporar. O que me deixa feliz é que o figurino que o telespectador verá inclui peças que também tenho semelhantes em casa, são roupas que realmente uso fora do estúdio.
Sente falta de trabalhar ao alcance do Bonner, ou a mudança de rotina é até bem-vinda?
Quando dividíamos a bancada do Jornal Nacional, nem sempre estávamos juntos o dia inteiro. Ele chegava mais cedo à emissora, almoçava por lá e eu não. É claro que estávamos dentro de um mesmo ambiente, mas cada um tinha suas responsabilidades, suas funções. Essa mudança permitiu que tivéssemos uma troca diferente. Fico curiosa sobre o que vejo no JN e ele também quer saber das novidades desta minha nova rotina. Toda mudança é sempre bem-vinda, dá um gás novo.
Essa faixa matinal na TV é recheada de conteúdo muito distinto do oferecido pelo JN, no melhor estilo útil-fútil. Como escapar disso?
Temos tentado encontrar outros temas que também possam interessar ao público. Acho que as pessoas têm pouco tempo e querem aproveitá-lo da melhor maneira possível. Nossa equipe está obsessivamente procurando encontrar esses assuntos que não precisam ser pesados, mas que sejam interessantes para uma boa conversa.
Um caso como o da mulher que esquartejou o marido ocuparia qual espaço no programa?
Todo assunto pode ser tema do programa. Se estreássemos esta semana, por exemplo, é claro que a Rio+20 estaria inserida ali de alguma forma. Não necessariamente com entradas ao vivo, mas certamente traríamos o tema para essa grande roda. Já o crime, só se tivéssemos um diferencial, algo que não estivesse sendo mostrado nos telejornais. Ou numa pauta mais ampla que tratasse de outros crimes passionais ou por motivação financeira.
Patrícia Poeta, ao assumir seu lugar no JN, admitiu que estava sorrindo menos do que no Fantástico, já que as notícias não ajudam. Você espera sorrir mais?
Passei exatamente pelo que Patrícia Poeta passou quando saí do Fantástico, é natural. Sobre meu novo programa, certamente estarei pronta para sorrir e me emocionar, dependendo da situação, é claro.
Se você não fosse Fátima Bernardes, quem gostaria de ser?
Uma bailarina clássica de muito sucesso. Como sou brasileira, a Ana Botafogo.
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