Pacote do governo prioriza hotéis de luxo
O pacote de incentivos anunciado pelo governo federal para a hotelaria do país prioriza os empreendimentos de luxo, de acordo com executivos do setor.
Os resorts nacionais devem economizar ao menos R$ 25 milhões por ano com a isenção do INSS sobre a folha de pagamento. O tributo será substituído por uma contribuição de 2% sobre o faturamento total, sem incidência sobre o que os hotéis recebem em moeda estrangeira.
"Conseguiremos diminuir o valor das diárias para estrangeiros em até 7% e voltaremos a ser competitivos em relação ao Caribe", afirma Rubens Régis, conselheiro da Associação Brasileira de Resorts.
Em dois anos, a entidade pretende dobrar o número de hóspedes de outros países, que voltariam a representar 40% do total da ocupação.
A medida, porém, não agradou todo o setor.
"Fomos a classe que mais recebeu benefícios. Já ouvimos muitas críticas de redes multinacionais e hotéis econômicos, que foram prejudicados ou pouco beneficiados", afirma Régis.
O presidente da Abih (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), Enrico Torquato, minimiza as críticas, mas admite que o segmento de luxo recebeu maior atenção do governo.
"Apenas 8% dos hotéis no Brasil fazem parte de redes. Não dá para analisar o pacote de forma individualizada. É claro que o ideal seria algo mais amplo, como uma reforma tributária, mas foi um bom começo", diz Torquato.
Medidas de incentivo ignoram inovação, diz setor excluído
Falou-se tanto na carência de inovação de que sofre a indústria nacional, mas a aquisição de tecnologia importada de ponta, que pode dar competitividade ao produtor local, foi esquecida, segundo a Abimei, dos importadores de equipamentos industriais.
O setor quer levar ao governo proposta para que o BNDES também incentive a aquisição de máquinas importadas sem similar nacional.
"Faltam linhas de financiamento e o leasing é caro. O crédito direto ao consumidor [para máquina importada] tem juros que não são menos de 25%. Para o nacional, o Finame vai a 6,5% e haverá taxas mais atraentes após o pacote", afirma Ennio Crispino, da Abimei.
Para o Sindusfarma (farmacêutico), o governo perdeu uma oportunidade de também anunciar a ampliação da "lista positiva" de PIS e Cofins para medicamentos para doenças de larga incidência, como hipertensão.
A última atualização que o setor recebeu dessa lista foi em 2007, segundo Nelson Mussolini, do Sindusfarma.
A relação tem hoje mais de mil itens, porém, mais de 300 estão pendentes.
João Carlos Basilio, da Abihpec (higiene e cosméticos), disse que a cadeia produtiva tem sofrido com a importação para embalagens.
"Ainda está em tempo, mas o governo perdeu oportunidade de fazer algo positivo"
NELSON MUSSOLINI - vice-presidente do Sindusfarma
Entre o computador... Se tivessem de escolher entre computador ou celular, a maioria dos consumidores (65%) abriria mão do segundo, segundo levantamento da Ipsos. No Brasil, o número é ainda maior (77%).
...e o celular Os canadenses são os que menos se importariam em ficar sem celular (80%). A Arábia Saudita é o único país, dos 25 analisados, onde a preferência é o telefone, com 51%. Foram ouvidas 19,3 mil pessoas.
LOJA DE CASA
O grupo de vendas de imóveis Brasil Brokers vai abrir 20 lojas neste ano. A expansão faz parte de um plano que deve se manter com volume de inaugurações semelhante nos próximos três anos.
Nas unidades de 2012, serão investidos R$ 15 milhões. A maior parte ficará em São Paulo, segundo Sergio Freire, presidente do grupo. "Estamos usando os recursos do 'follow on' para elevar a presença no mercado de imóvel pronto e fazer aquisições", diz.
Outra do setor, a BM Sua Casa, braço de distribuição de crédito imobiliário da Brazilian Mortgages Cia Hipotecária, planeja chegar a cem lojas nos próximos meses. Está hoje com 93 pontos de vendas no Brasil.
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