FOLHA DE SP - 28/03/12
BRASÍLIA - O Senado é a instituição da República que passa pela mais profunda renovação de quadros nos últimos anos. Grandes caciques não estão mais por ali.
Marco Maciel, Tasso Jereissati, Heráclito Fortes, Arthur Virgílio são alguns dos expelidos pelas urnas. Chefões como Antonio Carlos Magalhães e Romeu Tuma morreram. O presidente da Casa, José Sarney, e seu clã passam por uma fase crepuscular, tanto dentro do Senado como em seu Estado, o Maranhão.
Senadores influentes até outro dia não são mais frequentadores cotidianos do Planalto. Estão nessa categoria, entre outros, Renan Calheiros e Jader Barbalho.
Alguns têm sido abatidos por escândalos, como é o caso atual de Demóstenes Torres. Outros, por estarem sendo dizimados com parte da oposição, que até hoje não encontrou um discurso para se contrapor aos nove anos e três meses de lulo-dilmismo no Planalto.
O curioso -e fascinante- nesse processo é não terem surgido nomes de peso dentro das bancadas governistas para assumir algum protagonismo mais evidente no Senado. A Câmara Alta do Congresso simplesmente vai perdendo o seu lustro de maneira lenta e gradual. Um vácuo se forma e ninguém se apresenta para preenchê-lo.
É claro que os senadores emburrados com o estilo arranca-tocos de Dilma Rousseff ainda podem pregar peças no governo. Foi assim outro dia com a recusa de um indicado para uma agência reguladora. Mas qual é o efeito prático disso? Do ponto de vista imediato, nenhum.
Renovações são inexoráveis na política. Entre os senadores, o ponto máximo de inflexão deve ser a saída de Sarney da presidência da Casa. A escolha de seu sucessor se dará em menos de um ano, na primeira semana de fevereiro de 2013. Aí então será o momento de o Senado mostrar com clareza para qual direção pretende ir.
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