domingo, março 04, 2012

Fator Chalita - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 04/03/12


O novo Datafolha sobre a corrida eleitoral paulistana evidencia o dano potencial da candidatura de Gabriel Chalita para o PSDB. Ex-tucano e amigo de Geraldo Alckmin, o peemedebista obtém seus mais expressivos índices de intenção de voto exatamente nas faixas do eleitorado em que José Serra também alcança melhor desempenho: as de maior escolaridade e renda.

Chalita ocupa a segunda posição nos dois segmentos, embora bem atrás de Serra. Os números fundamentam a estratégia do PT de preservar o candidato do PMDB no páreo para incomodar o ex-governador, já que Fernando Haddad se mantém estacionado.

Casa do Saber
Chalita oscila de 15% a 26% no eleitorado de nível superior. Serra vai de 40% a 43% nos cenários testados. No grupo que declara rendimento mensal familiar acima de 10 salários mínimos, o peemedebista pontua de 12% a 21%, contra 42% a 56% do tucano.

Ecumênico 

Ligado à Renovação Carismática da Igreja Católica, Chalita pontua mais entre os espíritas (13%) que entre os católicos (8%).

Vestibular 

Haddad, que vai usar o ProUni como bandeira de campanha, não decola entre o público com formação superior: tem os mesmos 3% nessa faixa que registra no eleitorado em geral.

Time 1 
Antes de consultar Alckmin sobre a indicação do secretário Edson Aparecido (Desenvolvimento Metropolitano) para coordenação de sua campanha, Serra apresentou ao governador a escalação de seu QG.

Time 2 
Figuram na lista o ex-governador Alberto Goldman; o senador Aloysio Nunes; Ieda Areias, ex-secretária particular de Serra; o deputado federal Walter Feldman e o vice-governador Guilherme Afif, da cota do PSD.

Avança... 

Quando receberam sinal verde de Eduardo Campos, os dirigentes do PSB da capital ofereceram três nomes para vice de Haddad e discutiram até coligação proporcional com o PT.

... e recua 

Desde que o prefeito Gilberto Kassab interveio, quarta-feira, as negociações pararam. Tucanos acreditam que só uma intervenção direta de Campos tira a sigla da órbita serrista.

Malha fina 1 

O governo acompanha a investigação sobre a compra de um apartamento em dinheiro vivo pelo presidente Aldemir Bendine, iniciada no ano passado, e que tem potencial para ser o próximo lance na briga interna que assola a instituição.

Malha fina 2 

O imóvel foi declarado na escritura por R$ 150 mil, mas outro apartamento, no mesmo andar, foi avaliado em R$ 310 mil. A avaliação do Planalto é que Bendine não escapa do episódio sem pelo menos uma multa da Receita Federal.

Carona

Sem conseguir ser recebido por Guido Mantega (Fazenda), o SindiReceita foi bater à porta de José Eduardo Cardozo (Justiça) para pedir para que os fiscais do órgão recebam adicional de fronteira, bem como policiais federais e rodoviários.

RH 

Dilma Rousseff não desistiu de trocar as ministras Ana de Hollanda e Luiza Bairros. Para a Cultura, busca um nome que represente a classe artística, mas não seja político. Para a Igualdade Racial, quer repetir o perfil de uma mulher negra.

Celebridade Maria das Graças Foster se queixou a amigos que não pode mais andar incógnita no calçadão sem ser abordada por pessoas com ações da Petrobras pelo baixo valor dos papéis.

Tiroteio


O aparelhamento do PT ultrapassou qualquer limite e agora ameaça minar o desempenho do maior banco público e do maior fundo de pensão estatal do país.

DO SENADOR AÉCIO NEVES (PSDB-MG), sobre a briga entre o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, e o presidente da Previ, Ricardo Flores, que recrudesceu com investigação sobre um ex-vice-presidente do BB.

Contraponto

Santo de casa

Em visita à Prefeitura de São Bernardo, anteontem, os deputados petistas Jilmar Tatto (SP), Arlindo Chinaglia (SP) e Marco Maia (RS) folheavam informativo do governo Luiz Marinho (PT), que tem carta de Lula abordando as obras no bairro em que vive. Tatto, líder do partido na Câmara, comentou ao notar que as principais realizações do prefeito são fruto de parceria federal:

-Olha, gente. Vou levar esse folheto aos colegas do Congresso. É por isso que não vai dinheiro para outro lugar. Vem tudo para São Bernardo. Assim não dá!

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