REVISTA VEJA
A expressão guerra cambial tem um apelo emocional forte, reconheça-se, mas lançar mão dela sempre que surge um problema mais agudo não ajuda em nada o que tem de ser feito com urgência para conduzir a economia brasileira ao trilho do crescimento sustentável. O foco no câmbio é uma cortina de fumaça para esconder do distinto público o alto custo Brasil, a bola de ferro amarrada nos pés da economia como resultado de nossos péssimos índices de produtividade, da infraestrutura caquética, da carga tributária paralisante e da educação, que, mesmo universalizada, tem desempenho de quinto mundo quando sua qualidade é medida em provas internacionais promovidas pela OCDE (que reúne as nações mais ricas).
Uma reportagem desta edição de VEJA dedica-se a explicar as razões do custo Brasil, que os cidadãos veem materializado nos preços altíssimos de produtos e serviços. Um iPhone, o cobiçado celular fabricado na China, por exemplo, tem no Brasil o preço em dólar mais alto do mundo. A desvalorização do dólar em relação ao real explica apenas parte pequena da aberração. O restante da explicação tem de ser buscado nos altos impostos, em especial o de importação, de até 35%, que ainda é acrescido de impostos locais e taxas de desembaraço aduaneiro. Confrontado com esses fatos, o governo recorre sempre à explicação mais fácil e a que mais o isenta de culpa, a guerra cambial. Elevar impostos e impor taxas insanas à entrada de produtos e capitais é uma tentativa tosca de aumentar o custo Mundo. Enquanto isso, as questões estruturais paralisantes permanecem intocadas.
Um comentário:
Quem é o Autor desse texto ? Estou precisando saber ..
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