quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Inércia - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 23/02/12




COM FERNANDA KRAKOVICS

Apesar da cobrança do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para que faça uma oposição mais ostensiva, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) prefere apostar na erosão da base de sustentação da presidente Dilma. E acha que cresceria assim, surfando na crise. O mineiro espera, principalmente, um aprofundamento das desavenças entre PT e PMDB. Sobre fazer uma oposição mais agressiva, aliados de Aécio contemporizam, dizendo que é de sua natureza ser conciliador.

Ao relento
Os funcionários do Senado estão em alvoroço, principalmente os comissionados, por causa de uma ação popular contra horas extras pagas durante o recesso parlamentar de 2009. A 5ª Vara Federal de Porto Alegre determinou que o Senado forneça a lista de quem recebeu e a devolução do benefício, com correçãomonetária. O Senado comunicou aos funcionários, no dia 1º, que a Advocacia Geral do Senado fará a defesa institucional da Casa; e o sindicato dos servidores, o Sindilegis, dos concursados. Já quem ocupa cargo de confiança terá que contratar advogado para defesa pessoal, se não será julgado à revelia.

“Em vez de discutir um programa para São Paulo, o PSDB está entrando na jogada do PT, que é transformar a eleição municipal em uma questão nacional” — Arnaldo Madeira, ex-deputado (PSDB-SP)

DESAFIADA. Antes uma prioridade, a votação do projeto que cria o Fundo de Previdência Complementar do Funcionalismo, o Funpresp, virou praticamente uma questão de honra para a presidente Dilma. Ela quer aprovar a proposta, no plenário da Câmara, na próxima semana. Dilma sentiu-se desafiada pelo presidente da Câmara, Marco Maia, que suspendeu a votação porque perdeu um cargo no Banco do Brasil. Aliados de Maia afirmam que ele se arrependeu do rompante.

Sem revanche
De José Genoino, assessor especial do Ministério da Defesa, sobre a nota divulgada pelos militares da reserva em reação à Comissão da Verdade: “A essência da lei é o direito à memória, que é um princípio em si e a base da democracia”.

Alívio
Para o PSB de São Paulo é muito mais confortável apoiar José Serra para a prefeitura. Os socialistas já participam do governo Geraldo Alckmin. Eles estavam conversando com o PT por causa da simbiose com o PSD de Gilberto Kassab.

Diagnóstico
O governo quer profissionalizar os conselhos tutelares porque chegou à conclusão que eles viraram trampolins políticos, e muitos também passaram a ser controlados por grupos religiosos. Os conselhos estão presentes em 98% dos municípios, mas nem sempre cumprem a função de zelar pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. O governo trabalha em um plano nacional de proteção à infância e à adolescência, que vai prever exigência de nível médio de escolaridade e experiência profissional dos conselheiros.

Efeito cascata
Além de não ter dinheiro, o governo federal diz que não tem como socorrer os governadores na criação de um piso salarial nacional para os policiais militares porque haveria um efeito cascata, principalmente nas Forças Armadas.

Bandeira
A bancada do PT na Câmara quer o apoio da presidente Dilma para a proposta de desapropriação de terras onde for encontrado trabalho escravo. “É importante para a imagem do país lá fora”, diz o líder, deputado Jilmar Tatto (SP).

A BANCADA da Saúde pressiona o ministro Alexandre Padilha a incluir pediatras nas equipes do programa Saúde da Família. Ele afirma que não há dinheiro.

PÉ QUENTE. Depois de eleger a mãe, Ana Arraes, para o TCU, o governador Eduardo Campos (PE) ainda levou o carnaval carioca. Ele apoiou a Unidos da Tijuca, que homenageou Luiz Gonzaga.

O GOVERNADOR Jaques Wagner (BA) levou um prato de acarajé para a presidente Dilma ontem. Ele aproveitou para agradecer a presença das tropas federais no carnaval.


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