domingo, janeiro 22, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 22/01/12



Disputa entre Jirau e segurador irá ao BNDES

A disputa entre o consórcio da usina de Jirau e as seguradoras, sobre o ressarcimento pelos danos provocados durante os tumultos no canteiro da hidrelétrica no Rio Madeira (RO) no ano passado, será assunto para uma reunião no BNDES nesta semana, segundo o advogado dos construtores.

As partes não conseguiram ainda chegar a um acordo sobre o pagamento do sinistro, que pode variar de R$ 400 milhões a US$ 1,3 bilhão, por destruição de bens e perdas em geração de energia, segundo Ernesto Tzirulnik, advogado do consórcio Energia Sustentável.

As seguradoras, lideradas pela SulAmérica, querem levar o caso para ser solucionado em uma câmara arbitral em Londres, de acordo com uma cláusula que a hidrelétrica não reconheceu como válida.

Uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, entretanto, determinou no mês passado que a discussão permaneça em solo brasileiro.

No final da última semana, foi a Justiça britânica que exigiu que se tratasse do litígio no exterior.

"Agora, o BNDES, que também é beneficiário, como financiador dessa obra, convocou uma reunião com os construtores e os seguradores para ver como vai ficar. A instituição também tem o maior interesse em que esse sinistro seja pago", afirma Tzirulnik.

O advogado do consórcio afirma que "não faz sentido haver arbitragem fora do Brasil quando o segurado, a obra da usina e o financiador são todos brasileiros".

Procurada, a SulAmérica não se pronuncia.

Além de Jirau, o banco entrou como financiador na hidrelétrica de Santo Antônio, em Porto Velho.

LUZ DO SOL

A Rio Alto Energia, que no final do ano passado anunciou um empreendimento de geração solar em Coremas (PB), com investimentos de mais de R$ 300 milhões e 50 MW de potência, tem em estudo outros 200 MW na região.
A ideia é aproveitar o grau de insolação daquela área para geração por concentração solar, segundo Sergio Reinas, sócio da empresa.

"Temos diversos projetos em outros municípios. As medições apontam um cinturão nesta área", diz Rafael Brandão, também sócio.

No projeto de Coremas, os empresários optaram por fazer aproveitamento agrícola, com plantação de tomate em estufa na área.

"O modelo de produção agrícola, já adotado por americanos e israelenses, pode criar uma indústria em torno disso, com atração de empregos e desenvolvimento local", diz Reinas.

CAIXA DA CRISE

O caixa das empresas está mais cheio hoje do que em 2008, antes de a quebra do Lehman Brothers desencadear a crise internacional, segundo pesquisa da EIU (Economist Intelligence Unit) com 535 executivos de todo o mundo.
Dos entrevistados, 49% afirmaram que têm mais dinheiro em caixa agora do que há três anos, enquanto 27% disseram que houve redução.

Estocar dinheiro não é comum em épocas de juros baixos. As companhias, no entanto, estão ampliando seus caixas por acreditar que a economia débil pode criar condições favoráveis a expansões e aquisições, disse um executivo entrevistado pela EIU. Cerca de 35% das empresas devem voltar a investir em projetos de grande volume de capital entre um e três anos.

Qualificação 
A S.O.S Educação Profissional, do Grupo Multi, abrirá 40 escolas até junho deste ano, em dez Estados. A meta da empresa é fechar 2012 com mais cem unidades em processo de abertura e alcançar 300 escolas em 2013.

Treinamento... 
A LHH/DBM, consultoria que ajuda empresas a alocar funcionários para os cargos mais apropriados, inaugura neste semestre um escritório em Porto Alegre, seu primeiro no Rio Grande do Sul.

...interno 
Até o fim deste ano, a empresa deve iniciar operações em outros três Estados do país, provavelmente nas cidades de Recife, Salvador e Brasília, segundo Cláudio Garcia, presidente da LHH/DBM Brasil e América Latina.

COM QUE ROUPA

NOVO 'DANDY'

Xadrezes, sóbrios coletes, muitas malhas, tudo bem clássico. Foi nas passarelas de Milão, mas a moda masculina de outono - inverno 2012/2013 parece desfilar pelas ruas de Londres, notaram especialistas.

Para muitos, a inspiração inglesa não tem nada a ver com a Olimpíada, que será na cidade neste ano, ou com o casamento do príncipe William. É crise mesmo.

Em tempos de turbulência, o melhor a fazer é ser conservador e apostar no que possa vender mais, explica um executivo do setor.

É o estilo inglês com alguma invenção de Milão. A grife Zegna inovou nos motivos quadriculares, Armani e Gucci, nas malhas.

"Em período de crise, as roupas formais, ainda que atualizadas, entram muito em moda porque dão segurança, como a malharia", diz Raffaello Napoleone, CEO da Pitti Immagine, que organiza em Florença a mais sofisticada feira de moda masculina, a Pitti Uomo.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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