sexta-feira, novembro 25, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO



FOLHA DE SP - 25/11/11


Pedido para importação de máquinas começa a declinar, afirma entidade

A crise da Europa começa a contaminar os planos de alguns empresários, que já reavaliam as encomendas de equipamento produtivo.

Os resultados de outubro apontaram uma diminuição no ritmo de colocação de pedidos de importações, segundo Ennio Crispino, presidente da Abimei (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais).

Algumas empresas decidiram postergar investimentos, segundo Otto Nogami, professor do Insper e assessor econômico da Abimei.

"A cautela começa a imperar. As oscilações cambiais não são o único responsável pela queda. Outros fatores imperam", diz Nogami.

Os importadores de bens de capital devem registrar aumento de cerca de 10% no volume de negócios neste ano.

O resultado é inferior à previsão da entidade, que projetava crescimento de 15% a 20% para o setor.

"Os empresários estão em compasso de espera, aguardando para ver os impactos da crise na Europa. Mas o nosso tom ainda é otimista", afirma Crispino.

O volume de negócios fechados deve ficar em cerca de US$ 2,4 bilhões neste ano. O número supera os US$ 2,2 bilhões registrados no ano passado, mas ainda não alcança o patamar pré-crise.

"Só a partir do ano que vem, com um aumento da ordem de 10% também, é que devemos conseguir recuperar os níveis anteriores a 2008", diz Crispino.

MONTANHA SUÍÇA
A previsão de crescimento do PIB da Suíça em 2012 caiu de 2,0% para 0,5%. Mesmo fora da União Europeia, a queda é resultado da crise do euro, diz o Credit Suisse.

Entre as razões para a redução da estimativa estão a desaceleração das exportações e a queda dos aportes em maquinário industrial. Em 2012, o crescimento do país será sustentado pela construção e pelo consumo interno, que terão alta de 1,5% e 1,1%, respectivamente.

VENTOS DO BNDES
A Galvão Energia obteve R$ 282 milhões de financiamento aprovado pelo BNDES para construir quatro usinas de energia eólica em São Bento do Norte (RN). O valor representa 70% do investimento previsto de R$ 401,4 milhões. Foi a primeira, entre as vencedoras do leilão de 2010, a ter financiamento. Em 2011, o banco desembolsou R$ 1,5 bi para eólicas e prevê aprovar R$ 3 bilhões para o setor.

QUARTOS A MAIS
Com investimentos de R$ 48 milhões, a rede hoteleira Mercure terá um novo hotel em Salvador, a partir do próximo ano.

O empreendimento, com 325 leitos, faz parte de um projeto de expansão da rede no Nordeste.

A bandeira investiu, nos últimos três anos, mais de R$ 89 milhões na região, que atualmente representa cerca de 11% do faturamento da rede no Brasil.

"Salvador é uma localização estratégica por causa do crescimento da renda no Brasil. Estamos pensando no mercado local, não só na atração de turistas que virão com os grandes eventos esportivos", diz Patrick Vaysse, diretor da Mercure.

A rede também tem em andamento no país um projeto de reforma que começou em 2010 e deve terminar em 2013, com investimento de cerca de R$ 112 milhões.

"Hoje temos 56% da rede no Brasil com renovação de quartos", diz.

CASA CARA
Os valores dos contratos novos de aluguel entraram em tendência de alta em todas as regiões da capital paulista. Alguns bairros que antes eram considerados baratos tiveram valorização maior, segundo análise do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).

"O Butantã, por exemplo, que era considerado distante, integrou-se mais com o desenvolvimento imobiliário", diz Francisco Crestana, vice-presidente da entidade.

Entre outros exemplos estão bairros como Casa Verde, Mooca e Tatuapé.

As regiões dos Jardins, da Bela Vista, de Perdizes e do centro, no entanto, continuam sendo as mais caras.

"Entre as grandes cidades do mundo, São Paulo não chega a ser a que cobra aluguéis mais altos. Nova York e Paris cobram mais. Mas existe uma proporcionalidade. Aqui a renda não é tão elevada", afirma Crestana.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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