Rachas e sub-rachas
CELSO MING
O ESTADÃO - 11/11/11
Quando duas pessoas fazem a mesma coisa, a coisa não é a mesma, diz um ditado latino milenar.
E se são 27 ou mesmo 17 países - casos da União Europeia e da área do euro, respectivamente - então são 27 ou 17 coisas diferentes.
E são essas discrepâncias, algumas delas assustadoras, que hoje conspiram decisivamente contra a unidade pretendida.
E não é preciso ser um de seus dirigentes políticos para conferir como é difícil avançar para um mínimo de conformidade especialmente em tempo de crise, como agora.
Há dois dias, agências de notícias davam conta de que, no âmbito do bloco do euro (17 países sócios), a chancelerdaAlemanha,AngelaMerkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, já começaram exercícios, "apenasemnível intelectual", para encaminhar um racha. O núcleo duro do euro (além de Alemanha e França, Áustria, Holanda e, talvez, os países nórdicos) trataria de rumar paraumaunidade mais profunda. A mudança incluiria a área fiscal (sistema tributário, regime previdenciário, políticas de assistência, orçamentos alinhados) e certo nível de unidade política (delegação de soberania a um governo central).
Seriam fixadas regras rígidas a serem religiosamente observadas e, depois de consolidado o novo clube, as portas ficariam abertas para eventuais adesões - desde que as condições de admissão fossem comprovadas.
Não está claro ainda como essa nova ordem funcionaria nemo que seria feito para que os erros do euro não se repetissem. Tampouco os projetos estão em fase tão adiantada a ponto de se pretender por menores assim. O importante aí é levar em consideração que, na situação atual, a unidade monetária (zona do euro) é insustentável, independentemente das soluções que venham a ser dadas para os rombos maiores, como os de Grécia, Portugal, Irlanda, Itália e Espanha. E que os principais líderes do euro já examinam as saídas para a encalacrada institucional hoje prevalecente.
Quando o então primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, anunciou que convocaria um referendo para aprovar (ou não )o pacote de exigências feitas pelas principais autoridades do euro, Sarkozy adiantou sem nenhuma cerimônia: "A Grécia não tem opção, ou aceita as condições ou tem de sair do bloco" - o que, na prática, exigiria também deixar a União Europeia.
Por aí se vê que Sarkozy já admite rupturas no atual arranjo da Eurolândia.
Merkel, por sua vez, há meses vem pedindo profundas revisões nos tratados que regem o euro.
Há dois dias,emalocução a estudantes em Estrasburgo, Sarkozy chamou a atenção para os cada vez maiores problemas de integração causados pelas Europas a duas velocidades: uma é a velocidade da área do euro, que não tem saída a não ser aprofundar sua unidade; e outra, bem mais lenta, tem os demais 10 países-membros da União Europeia que não fazem parte da Eurolândia.
A nova dinâmica deixa o governo inglês cada vez mais incomodado.
É muita gente fazendo a mesma coisa. Não pode sair amesma coisa
E se são 27 ou mesmo 17 países - casos da União Europeia e da área do euro, respectivamente - então são 27 ou 17 coisas diferentes.
E são essas discrepâncias, algumas delas assustadoras, que hoje conspiram decisivamente contra a unidade pretendida.
E não é preciso ser um de seus dirigentes políticos para conferir como é difícil avançar para um mínimo de conformidade especialmente em tempo de crise, como agora.
Há dois dias, agências de notícias davam conta de que, no âmbito do bloco do euro (17 países sócios), a chancelerdaAlemanha,AngelaMerkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, já começaram exercícios, "apenasemnível intelectual", para encaminhar um racha. O núcleo duro do euro (além de Alemanha e França, Áustria, Holanda e, talvez, os países nórdicos) trataria de rumar paraumaunidade mais profunda. A mudança incluiria a área fiscal (sistema tributário, regime previdenciário, políticas de assistência, orçamentos alinhados) e certo nível de unidade política (delegação de soberania a um governo central).
Seriam fixadas regras rígidas a serem religiosamente observadas e, depois de consolidado o novo clube, as portas ficariam abertas para eventuais adesões - desde que as condições de admissão fossem comprovadas.
Não está claro ainda como essa nova ordem funcionaria nemo que seria feito para que os erros do euro não se repetissem. Tampouco os projetos estão em fase tão adiantada a ponto de se pretender por menores assim. O importante aí é levar em consideração que, na situação atual, a unidade monetária (zona do euro) é insustentável, independentemente das soluções que venham a ser dadas para os rombos maiores, como os de Grécia, Portugal, Irlanda, Itália e Espanha. E que os principais líderes do euro já examinam as saídas para a encalacrada institucional hoje prevalecente.
Quando o então primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, anunciou que convocaria um referendo para aprovar (ou não )o pacote de exigências feitas pelas principais autoridades do euro, Sarkozy adiantou sem nenhuma cerimônia: "A Grécia não tem opção, ou aceita as condições ou tem de sair do bloco" - o que, na prática, exigiria também deixar a União Europeia.
Por aí se vê que Sarkozy já admite rupturas no atual arranjo da Eurolândia.
Merkel, por sua vez, há meses vem pedindo profundas revisões nos tratados que regem o euro.
Há dois dias,emalocução a estudantes em Estrasburgo, Sarkozy chamou a atenção para os cada vez maiores problemas de integração causados pelas Europas a duas velocidades: uma é a velocidade da área do euro, que não tem saída a não ser aprofundar sua unidade; e outra, bem mais lenta, tem os demais 10 países-membros da União Europeia que não fazem parte da Eurolândia.
A nova dinâmica deixa o governo inglês cada vez mais incomodado.
É muita gente fazendo a mesma coisa. Não pode sair amesma coisa
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