Mesmice renovada
VINICIUS MOTA
FOLHA DE SP - 05/09/11
SÃO PAULO - O efeito imediato do Datafolha publicado hoje deve ser o afastamento de José Serra da disputa pela prefeitura paulistana. A opção pelo seu nome, nos dois cenários analisados, não chega a 20%.Nas especulações dos partidos, já era dada como remota a chance da presença de Serra em 2012. O próprio ex-governador dissuadia cogitações, pois acalenta concorrer de novo ao Planalto em 2014, mas o fazia no modo "sem querer querendo" dos tucanos.
A baixa pontuação de Serra na pesquisa -há menos de um ano, obteve 40% dos votos da capital no primeiro turno para presidente- e sua alta rejeição (32%) abrirão de vez a disputa no PSDB. Fala-se com seriedade até em prévia entre postulantes, um raio em céu azul na trajetória de acordos de mandachuvas no partido.
Mandachuvas e rejeição, aliás, tornam difícil uma nova tentativa de Marta Suplicy. Na dianteira dos cenários testados, pontuando ao redor de 30%, a petista é refutada por outros 30% e pelo aiatolá do PT, o líder supremo Lula da Silva -que abençoou o ministro Fernando Haddad, com pouco mais de traço no Datafolha.
Então, dizem os otimistas, teremos renovação na cédula para a prefeitura. Noves fora a chance de participação de Guilherme Afif, 67, pelo PSD kassabista, e Aloysio Nunes, 66, pelo PSDB, vai cair a média de idade e de milhagem na política.
Mas avalie, leitor, os nomes que ficam em termos de potencial, ideias, currículo e comprometimento para administrar a maior cidade da América do Sul. Alguma chance de São Paulo, nos próximos quatro ou oito anos, passar por gestões transformadoras, como as que Rudolph Giuliani e Michael Bloomberg representam para Nova York desde o início dos anos 1990?
Não corremos esse risco. Ser prefeito de São Paulo tem sido um ponto mediano no carreirismo de políticos que almejam voos mais altos. Assim permanecerá.
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