Setor químico fecha mais de mil unidades em 20 anos
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 05/09/11
Combalida pela concorrência da importação, a indústria química brasileira já fechou 1.470 unidades produtivas no país, desde o Plano Collor até 2011, segundo estudo da Abiquim (associação do setor), que será finalizado nos próximos meses.
Uma fábrica pode reunir várias unidades de produção.
O reflexo disso na balança comercial do setor tem sido um aumento de US$ 11 bilhões de dólares por ano nas importações, segundo Fernando Figueiredo, presidente da entidade.
As importações brasileiras de químicos giram em torno de US$ 33 bilhões ao ano. Até maio, US$ 15 bilhões foram importados pelo país.
"O estudo mostra que as principais causas são as perdas de competitividade devido à matéria-prima que entra com preços inadequados, além de distorção tributária."
O mercado brasileiro de produtos químicos cresceu 7,7% nos últimos 12 meses até julho, enquanto a produção do país caiu 1,9%.
"E as importações cresceram 27,9%", afirma.
Pela primeira vez, na semana passada, a Abiquim se reuniu com representantes de sindicatos de trabalhadores da indústria para estabelecer uma estratégia conjunta sobre as necessidades do setor.
O levantamento será posteriormente enviado ao governo. A ideia é pedir a criação de um conselho de competitividade do setor.
VENTO ARGENTINO
A argentina IMPSA, de produtos de energia elétrica, aumentará a produção de geradores eólicos da sua fábrica de Pernambuco em 66%. Para passar a produzir dez equipamentos por semana (hoje são seis), serão investidos R$ 35 milhões.
A empresa também deve inaugurar sua segunda planta no Estado no ano que vem (R$ 250 milhões estão sendo aplicados) e estuda a instalação de uma outra unidade no Rio Grande do Sul. "O Brasil é o nosso mercado principal nesse setor hoje. Fica com 90% da nossa produção mundial de equipamentos eólicos", afirma o CEO, Luis Pescarmona.
Dos 500 geradores que serão fabricados por ano na fábrica, dois terços ficarão no Brasil. Um terço será exportado para Argentina, Uruguai, Peru e Venezuela.
SEM DESPERDÍCIO
A Fatec de Piracicaba começou a fazer pesquisa com melancias e frutas descartadas pelo Ceasa da cidade na produção de biocombustível.
O volume de frutas desperdiçadas no mercado chega a 300 quilos diariamente, de acordo com a Fatec.
Alunos da instituição começaram a desenvolver a fermentação de frutas como amora, abacaxi e carambola para a produção de cachaça desde o ano passado.
O biocombustível vem em seguida, pois necessita de uma destilação a mais.
O combustível de frutas é considerado tecnicamente viável, mas não é tão vantajoso quanto os de cana e milho.
A produção do biocombustível de frutas ainda é feita em escala laboratorial. A meta é ampliá-la até o fim do ano.
APORTES PARA CANA
As produções de açúcar e álcool são as que receberão maiores investimentos nos próximos dois anos, segundo estudo da SNA (Sociedade Nacional de Agricultura).
Os dois produtos são considerados prioridades para 14% dos entrevistados.
Em seguida aparecem a produção de grãos e a pecuária de corte, com 12,4% e 11,1%, respectivamente. No que se refere às divisões do processo industrial, a parte de logística receberá o maior volume de aportes, de acordo com 11% dos entrevistados da SNA.
As falhas de infraestrutura do país e os juros elevados são considerados os principais obstáculos ao investimento no agronegócio.
TORNEIRA ABERTA
A Fabrimar, especializada em metais para banheiros e cozinhas, como torneiras e chuveiros, vai investir R$ 80 milhões até 2014 para ampliar os negócios e modernizar sua planta no Rio.
A injeção de recursos ocorre no momento em que a empresa passa por processo de profissionalização, com a contratação de uma nova diretoria.
"A empresa, que completará 50 anos, era totalmente familiar. Agora já tem novos nomes, vindos do mercado, para as áreas comercial e financeira. O próximo será um diretor industrial", diz o novo presidente, Pedro Orsini.
Os planos de crescimento para o futuro podem ocorrer por meio de aquisições ou investimentos dos acionistas, segundo Orsini. "A empresa também tem capacidade de alavancagem", afirma.
Estrada A Wizard fechou contrato para abrir sua primeira em San José, na Costa Rica, no primeiro semestre de 2012. A expectativa é que 15 unidades estejam em funcionamento até 2015.
Eficiência Novo modelo energético da Petrobras irá gerar economia de R$ 10 milhões neste ano. A compra de energia passou a ser feita de uma hidrelétrica que é enquadrada como não emissora de CO2.
com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ
Nenhum comentário:
Postar um comentário