Operação resgate
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SP - 22/08/11
Prestes a assumir a Prefeitura de Campinas, o PT sinaliza aos aliados disposição de abrir mão da cabeça de chapa em 2012 para garantir a governabilidade do vice, Demétrio Vilagra, que amanhã substituirá o cassado Dr. Hélio (PDT). Com aval da cúpula nacional, petistas traçam coalizão eleitoral com PSB e PMDB, encabeçada pelo deputado Jonas Donizete (PSB), vice-líder de Dilma e hoje à frente nas pesquisas.
Tudo para manter em sua órbita a administração da maior cidade do interior paulista, objeto do desejo do PSDB, que enxerga na crise política a chance de recuperar o cargo depois de 16 anos. O estímulo aos tucanos parte de Geraldo Alckmin, que contratou a Unicamp para delinear as prioridades da região.
Faxinando 1 No governo, há quem considere a situação de Mário Negromonte potencialmente mais explosiva que a de Pedro Novais. Para começar, o ministro das Cidades é protagonista do conflito na bancada do PP na Câmara, enquanto o titular do Turismo é figurante que pode, no máximo, ser atingido por uma bala perdida no motim do PMDB.
Faxinando 2 Ainda que Novais se enfraqueça com o acúmulo de denúncias a pairar sobre o Turismo, boa parte delas não diz respeito à sua gestão. Já Negromonte, temem auxiliares da presidente, precisaria apenas de um pouco mais de holofotes para se complicar bastante.
Coração leve Demorou mais de um mês, desde a queda de Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes, para o PR declarar sua "independência" do Planalto. E menos de uma semana para o partido reconsiderar a decisão. Afinal, "mágoa dá câncer", diz o líder na Câmara, Lincoln Portela (MG).
Divã O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e o secretário-geral, Rodrigo de Castro (MG), reúnem hoje à noite líderes do partido em Brasília para ajustar a retórica tucana diante da "faxina". A ideia é refutar a hipótese de recuo após relatos de que FHC teria sugerido o desembarque da CPI da Corrupção.
Microfone Dilma reservou cinco horas do domingo para gravar especial de seu programa semanal de rádio, que vai ao ar hoje. Pela primeira vez o "Café com a Presidenta" será veiculado em 27 versões, uma para cada Estado. O tema é educação.
Patrocínio 1 Geraldo Alckmin regulamentará, via decreto, a MIP (Manifestação de Interesse Privado). O instrumento permitirá ao governo paulista incorporar ao seu portfólio projetos desenvolvidos por empresas nacionais e estrangeiras interessadas em participar de PPPs.
Patrocínio 2 Chefiada pelo vice, Guilherme Afif, a ofensiva nasce com teto de R$ 25 bilhões em verbas orçamentárias e prevê concessões que abrangem metrô, prisões, escolas e hospitais. O modelo será apresentado ao mercado em setembro.
Para já Um primeiro lote de PPPs para erguer fóruns já está no forno. Compreende sete unidades no Estado.
Para depois Entre elas está a de Itaquera, em área contígua ao estádio do Corinthians. O início da construção está prejudicado: o canteiro da Odebrecht, responsável pela arena, fica no terreno destinado aoJudiciário.
DNA Parceria de Alckmin e Dilma, o monotrilho de São Bernardo precipita a disputa entre três postulantes à prefeitura. Enquanto Luiz Marinho (PT) evoca a conquista de verba federal para o projeto, o deputado Orlando Morando (PSDB) assume, em outdoors, a paternidade da obra. Alex Manente (PPS) abraça a causa na TV.
com LETÍCIA SANDER e FÁBIO ZAMBELI
TIROTEIO
"Sérgio Cabral está reeditando o franciscanismo do PMDB na Presidência, 20 anos depois: é dando que se recebe".
DO EX-GOVERNADOR DO RIO CESAR MAIA (DEM), sobre os contratos recém-celebrados pelo governo do Rio com a construtora Delta, do empresário Fernando Cavendish, dono do jatinho usado pelo governador fluminense.
CONTRAPONTO
Questão de ordem
Durante audiência do ministro Paulo Sérgio Passos (Transportes) na Câmara, Pauderney Avelino (DEM-AM) criticava os famosos aditivos a orçamentos de obras da pasta, batendo na tecla de que determinada empresa, considerada inidônea por seu Estado, não poderia ter sido contratada pelo Dnit.
Diante de mais de 40 inscritos para falar, Edson Ezequiel (PMDB-RJ), que comandava a sessão, não atendeu aos apelos para uma nova pergunta sobre o tema e seguiu em frente. Um colega da oposição reclamou:
-Presidente, concede um aditivo ao Pauderney?
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