segunda-feira, agosto 22, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Empresas terão ônus de até R$ 2,7 bi por ano com novo aviso prévio, diz estudo
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 22/08/11

A mudança na regulamentação do aviso prévio pode aumentar os custos das empresas nacionais em até R$ 2,7 bilhões ao ano, de acordo com estudo da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
O valor, que seria atingido caso o aviso prévio fosse de 45 dias para trabalhadores com um a dez anos de empresa e de 60 dias para os que trabalhassem um período maior, representaria um aumento de 30% sobre os pagamentos desse tipo.
"Com o impacto no orçamento, as empresas devem diminuir o número de empregados via CLT", diz Luciana de Sá, diretora da entidade.
Empresários solicitaram ao STF que o acréscimo ao aviso prévio seja de até três dias para cada ano trabalhado, com tempo total máximo de 90 dias. Os executivos também reivindicaram que a decisão não seja retroativa.
Os direitos dos trabalhadores são uma questão secundária na discussão para o professor do Insper Régis Braga.
"É uma cortina de fumaça. O governo quer mudar a regulamentação para aumentar os recursos destinados à casa própria e manter a economia aquecida por meio da construção civil."
A medida, que não tem data para ser votada no Congresso Nacional, é considerada pela Firjan como um aumento na inflexibilidade das relações trabalhistas. "O Brasil caminha no sentido oposto à tendência mundial, que é de negociação com cada categoria", diz Luciana de Sá.

POUCO INVASIVA
Um novo centro de treinamento e pesquisa em cirurgia minimamente invasiva, o Ircad, acaba de se instalar em Barretos (SP).
O empreendimento resulta da parceria entre a sede da instituição na França, a empresa americana Covidien, a alemã Karl Storz e o Hospital de Câncer de Barretos, ao qual foi anexado.
Foram investidos R$ 60 milhões para construção e equipamento do local, que possui 7.200 metros quadrados de área construída.
A previsão é capacitar 3.300 médicos em 2012, com uma agenda de 22 cursos, entre eles, laparoscopia, endoscopia e cirurgia de base de crânio, de acordo com Armando Melani, diretor-científico do Ircad Brasil.
"Por conta da parceria que temos também com a Secretaria de Saúde de São Paulo e o Ministério da Saúde 30% das vagas são destinadas a médicos da rede pública", afirma Melani.
O Ircad também tem unidade em Taiwan.

DE VOLTA
Pouco depois de anunciar uma joint venture com a brasileira Almeida Junior, Steven Lowy, co-CEO do grupo australiano Westfield, está de volta ao país.
Com o sócio Jaimes Almeida Junior, apresentará na quarta-feira projetos da nova empresa para varejistas como José Gallo (Renner), Flavio Rocha (Riachuelo), Fabio Hering (Hering) e Dino Vitti (Burger King) e Sebastião Bomfim (Centauro).
Segundo a empresa, o negócio foi avaliado em R$ 1,5 bilhão e surgiu com o objetivo de liderar o mercado de shoppings no Brasil.

QUEM DERA SER UM PEIXE
A Discus Brazil, importadora de peixes ornamentais, vai inaugurar 500 aquários em seu prédio em Santo André até o final deste ano.
A empresa tem em operação um quarentenário, estrutura onde se armazenam os animais até que possam ser distribuídos, conforme regula o governo.
A comercialização de peixes exóticos cresceu nos últimos anos com a expansão do varejo de animais de estimação, com lojas especializadas. "Esse é um tipo de importação que requer cuidados. Existe uma legislação rigorosa a cumprir", diz o empresário Eduardo Mello.
As barreiras de entrada impõem critérios observados por Ibama, ministérios da Pesca e da Agricultura.
A importação subiu 20% no primeiro semestre, ante igual período de 2010, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento.

SANTO DE CASA
Menos de um terço dos brasileiros (32%) considera a qualidade das marcas próprias superior a dos produtos de fabricantes tradicionais, segundo pesquisa da Nielsen.
O índice é inferior à média da América Latina (35%) e da Argentina (41%).
Para 36% dos brasileiros, os dois tipos de produto têm a mesma qualidade.
No primeiro quadrimestre deste ano, a participação das marcas próprias, que são produtos pertencentes à rede de lojas que realiza a venda, no mercado nacional foi de 4,6%. No mesmo período de 2010, o índice era de 4,3%.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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