sexta-feira, agosto 19, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Fornecedores para saneamento registram venda menor
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 19/08/11

A participação do saneamento no faturamento de empresas de material para obras do setor deve cair neste ano.
O faturamento dos fabricantes de materiais e equipamentos para água e esgotos teve queda superior a 20% em junho deste ano, ante o mesmo mês do ano passado, segundo a Asfamas (associação de fabricantes).
A queda se deve à grande dependência das empresas desse segmento em relação ao setor público, segundo Carlos Rosito, vice-presidente da entidade.
"O recuo de vendas tem contexto. Há um pico de demanda em anos de eleições e um vale nos anos seguintes. As trocas de guardas, mesmo que não haja troca de partido, atrasam o andamento."
O aquecimento deve voltar a ocorrer naturalmente, segundo Rosito. Junho já apresentou leve alta ante maio. Os investimentos, porém, continuam abaixo do estimado.
"Em 2011, o setor deve ter investimento 10% inferior ao ano passado. Eu acreditava que este ano a queda poderia ser menor, pois houve melhoria dos marcos regulatórios. Mas permanecem os problemas de gestão pública."
Na Mexichem Brasil, dona da marca de tubos e conexões Amanco, a demanda para infraestrutura representou 18% do faturamento da empresa no ano passado. Neste ano, a participação do segmento no faturamento total deve ficar em 10%, segundo a empresa.
A queda deve ser substituída por vendas no mercado de construção predial, que mantém alta em 2011.

MÃO NA RODA
A Atlas Transportes e Logística vai investir R$ 18,5 milhões até o final deste ano em renovação da frota, ampliação de centros de distribuição e em tecnologia para rastreamento via satélite.
Cerca de 80% dos recursos serão destinados à aquisição de 30 veículos, o que elevará a frota própria para 340 carros até dezembro.
Com sede em São Paulo e 54 filiais no país, a transportadora vai abrir centros de distribuição em Pouso Alegre (MG) e Ji-Paraná (RO).
Estão previstas ampliações dos centros de Recife, João Pessoa, Fortaleza, Teresina e Rio de Janeiro.
"A demanda no Nordeste tem crescido muito, em um ritmo maior que o da média nacional", diz o presidente da companhia, Lauro Megale Neto, da terceira geração dos fundadores.
Produtos eletroeletrônicos, farmacêuticos e autopeças estão entre os que tiveram os maiores crescimentos da demanda na região, de acordo com Neto.
A companhia prevê aumento de 20% no faturamento deste ano, que deve atingir R$ 575 milhões.

IMÓVEL DIGITAL
Na tentativa de agilizar a concessão de crédito para fins imobiliários, empresas investem na digitalização dos documentos de seus clientes.
A Credipronto, joint venture do Itaú com a Lopes, diminuiu em cerca de duas semanas o tempo para concessão de crédito. "Há casos em que a aprovação saiu em três dias", diz o gerente da companhia, Jonas Jeremias.
O Bradesco, por sua vez, começou o processo em janeiro passado e já realiza 50% das operações de pessoas físicas de forma digitalizada.

NOVELA DE MEDICAMENTO
O Superior Tribunal de Justiça suspendeu ontem liminar concedida ao laboratório farmacêutico Lundbeck, dona do antidepressivo Lexapro, que impedia a Anvisa de liberar registros para fabricantes de genéricos, segundo a Anvisa. Cabe recurso.
Caiu a determinação de que a Anvisa não conceda registro a outras empresas com base em resultados de testes e dados do dossiê elaborado pela Lundbeck.
"É um sinal para que essa tese, que ameaça o futuro dos genéricos, não vá adiante", diz Odnir Finotti, presidente da Pró Genéricos.
Para João Rocha, presidente da Lundbeck Brasil, "é alarde dizer que os genéricos vão terminar por causa disso. Temos estudos que provam. Uma empresa leva até 15 anos para desenvolver um medicamento, investe, em média, US$ 800 milhões, e 60% vão para ensaios clínicos, com testes em pacientes".
A Anvisa informa que não usa dados do dossiê de registro do medicamento de referência na análise sobre registro de medicamentos genéricos e que a lei estabelece requisitos de eficácia dos genéricos, "incluindo o desempenho comparativo com os medicamentos de referência, disponíveis no comércio, de equivalência farmacêutica e de biodisponibilidade. Não há necessidade de conhecimento do conteúdo do dossiê de registro do medicamento."

TEMPLO JAPONÊS
A fabricante japonesa de produtos esportivos Asics abrirá sua primeira loja no Brasil no final deste mês.
A empresa pretende investir R$ 50 milhões no país e inaugurar outras 19 lojas nos próximos seis anos.
"Queremos ser a terceira marca do segmento no país", diz o vice-presidente da subsidiária da Asics no Brasil, Giovani Decker.
Hoje, a empresa atua no país apenas com fabricação e distribuição de produtos.
A abertura das unidades faz parte de um movimento internacional da marca. "Lojas também serão abertas em outros países", afirma o presidente da subsidiária, Osamu Sasada.
A primeira loja brasileira, será na Oscar Freire, em SP. Os atendentes serão formados em educação física.

com JOANA CUNHA, VITOR SION, LUCIANA DYNIEWICZ e ALESSANDRA KIANEK 

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