PT x PMDB
ILIMAR FRANCO
A vaga de líder do governo no Congresso está sendo disputada pelos dois partidos. Anteontem, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), levou ao vice Michel Temer o nome do deputado Marcelo de Castro (PI). Ontem, foi a vez de o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), ligar para a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) reivindicando o cargo para o senador José Pimentel (PT-CE). A presidente Dilma recebeu as demandas, mas não pretende decidir agora.
Foi assim que aconteceu
O ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi chegou, com a demissão, na sala do vice Michel Temer, às 17h de anteontem. Temer tentou demovê-lo e depois pediu para falar com a presidente. Dilma estava na Marcha das Margaridas. Eram 18h50m quando Rossi entregou a carta para a presidente, explicou sua decisão e saiu. Temer ficou. Dilma pediu-lhe um deputado para ocupar o ministério. Temer sugeriu Mendes Ribeiro (RS). Tudo combinado, Temer saiu para informar o partido. O PMDB fez uma reunião teatral. Eram 23h40m quando Temer, depois de ir a dois eventos, chega ao Palácio da Alvorada e diz à presidente: "Está feito!".
"Não me arrependo de, por cinco vezes, ter votado no PT à Presidência. Agora, devo cobrar, duvidar, criticar, desconfiar e, com frequência, votar contra" - Roberto Requião, senador (PMDB-PR)
Flagrante
Enquanto o ministro Paulo Sérgio Passos (Transportes) prestava esclarecimentos na Câmara, anteontem, sobre as denúncias de irregularidades na pasta, os deputados Washington Reis (PMDB-RJ) e Francisco Escórcio (PMDB-MA), na foto, sentados na primeira fila da audiência pública, assistiam, no computador, a um jogo de futebol. A brincadeira durou cerca de 40 minutos.
Mobilizado
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, na festa do prêmio Engenho de Comunicação, em Brasília, fez discurso em que defendeu: "Devemos todos apoiar a presidente da República em sua cruzada contra a corrupção".
Reunindo a tropa
A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) busca apoio para a votação do Código Florestal no Senado. Ontem, ela reuniu os ex-ministros Marina Silva, Paulo Nogueira Neto, José Goldemberg, José Cavalcante e Henrique Brandão.
O inacreditável aconteceu na Câmara
O PSDB, o DEM e o PPS da Câmara votaram contra, na noite de anteontem, a proposta que reestrutura os Correios, cujo autor original foi o ex-ministro Sérgio Motta (Comunicações na gestão FH). O relator, Arnaldo Jardim (PPS-SP), está pasmo: "O texto é coerente com a visão de Estado praticada na época do FH". Uma das mudanças aprovadas: todos os cargos gerenciais dos Correios serão ocupados por funcionários de carreira.
Boquiaberto
Na votação, o deputado (e ex-ministro da gestão Lula) Miro Teixeira (PDT-RJ) ficou surpreso: "Votaram contra um texto que é igual à proposta que o FH tinha mandado para cá e o Lula retirou da pauta, quando assumiu em 2003".
Vale tudo
Causou surpresa nos petistas e descontentamento nos tucanos o discurso do líder do DEM, deputado ACM Neto (BA), contra as privatizações, na votação da Medida Provisória que reestrutura os Correios, na noite de anteontem.
ESTREIA. O PR estreou sua "independência" na votação da MP 532. Dos 32 deputados, 30 votaram contra o governo. Já o PV, que está aderindo, votou majoritariamente com o Palácio do Planalto.
OS TUCANOS Marcus Pestana (MG) e Eduardo Azeredo (MG) se retiraram do plenário, na votação da reestruturação dos Correios, por discordarem da decisão do partido de votar contra.
O EX-PRESIDENTE Lula ligou ontem para o vice Michel Temer e para o ex-ministro Wagner Rossi. Ele lamentou a saída do ex-ministro da Agricultura.
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