Operação Tutela
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 10/06/11
Os petistas mantiveram ontem a ação para derrubar Luiz Sérgio e impor à presidente Dilma a escolha de um novo ministro. Mas não conseguiram a adesão do PMDB. “Conversamos, eu, Michel, Renan e Sarney. A Casa Civil e as Relações Institucionais são pastas estritamente vinculadas à presidente. Os ministros têm de ser da confiança dela. Não preferimos nem indicamos nomes, queremos influir no modelo de funcionamento”, resumiu o líder na Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN).
Os fatos, as versões e os companheiros
Nas conversas com os políticos do PMDB, os petistas dizem “cândidos” que o ministro Luiz Sérgio é “fraco”, “está de saco cheio”, “se desgastou” e que “ele não quer ficar”. À coluna, o ministro disse: “Não entreguei o cargo, nem fiz carta de demissão”. A presidente Dilma mandou dizer: “Não recebi carta de demissão”. E sobre o convite à ministra Ideli Salvatti: “Não convidei”. O ministro Luiz Sérgio e a presidente podem conversar hoje. É fato que a queda de Palocci, que centralizava a articulação política, desencadeou a cobiça dos petistas. Antes, quando tinha papel subalterno, ninguém queria a pasta. Agora que terá protagonismo, virou sonho de consumo dos “bons”
companheiros.
"Estou na luta pela manutenção do Luiz Sérgio. Ele faz um excelente trabalho e, se lhe derem poderes, vai deslanchar” — Francisco Dornelles, senador (PP-RJ)
RESCALDO. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no dia seguinte ao arquivamento do pedido de investigação sobre o exministro Antonio Palocci, foi bombardeado na rede interna do Ministério Público e criticado por colegas. Um deles o acusou de ter
“brindeirado”. Fazia referência ao ex-procurador da República Geraldo Brindeiro, que, no governo Fernando Henrique, era
chamado pela oposição de “engavetador-geral da República”.
Desburocratização
O ex-auditor da CGU e ex-assessor da PF João Elias Cardoso é o novo diretor do Departamento Nacional de Registro de Comércio, que rege as juntas comerciais. Sua tarefa: simplificar as regras para abrir e fechar empresas no país.
Contra-ataque
O relator da fusão Sadia-Perdigão no Cade, Carlos Ragazzo, ficou possesso com a decisão de Ricardo Ruiz de pedir vista do julgamento. Ele alega que a suspensão pode prejudicar a sentença e não vê solução para a união das duas.
Nordeste quer mudar leis tributárias
Os governadores do Nordeste se reúnem hoje, em Fortaleza, para fechar uma proposta de mudanças na legislação tributária. Eles pretendem restabelecer vantagens para a região, reagindo à decisão do STF, que considerou inconstitucionais as que vigoravam até agora. Na pauta também o piso dos professores. Quando ele foi aprovado, o governo federal assumiu compromisso de entrar com uma parcela para ajudar os estados, mas agora a União diz que não tem dinheiro.
Carta de intenção
Relator do Código Florestal na Comissão do Meio Ambiente do Senado, Jorge Viana (PTAC) acredita que, com o apoio dos ruralistas, será possível fazer um ajuste no texto que foi aprovado na Câmara, em favor do meio ambiente.
Afinando a viola
As ministras Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) conversaram ontem sobre o novo Código Florestal. Elas têm visões diferentes da questão e fizeram um primeiro esforço para aproximar as suas posições.
DESABAFO do ex-presidente do PT do Rio Alberto Cantalice, diante da fritura a que está sendo submetido o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais): “Mais uma vez o PT do Rio está sendo vítima das brigas internas do PT paulista”.
SINTONIA. Na audiência com o presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, a presidente Dilma Rousseff quebrou o gelo e gastou o seu espanhol.
● AS FEMINISTAS estão irritadas com o ministro Ayres Brito, do STF. Criticam no seu voto, no julgamento da união homoafetiva, a declaração de que o órgão sexual masculino “é um plus, um bônus”.
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