quarta-feira, março 10, 2010

PAINEL DA FOLHA

História revista 


Renata Lo Prete 


 Folha de S.Paulo - 10/03/2010
Dilma Rousseff ficou de fora de livro a ser lançado pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, no próximo dia 25, para lembrar a trajetória das mulheres na ditadura. As quase 200 páginas trarão o perfil de personagens mortas ou desaparecidas durante os anos de repressão e ao menos 25 depoimentos de mulheres que sobreviveram à tortura.
A ministra se encaixa no segundo caso, mas, por "decisão editorial" da secretaria, não foi incluída na publicação. Segundo a assessoria da pasta, chefiada pelo petista Paulo Vannuchi, a exclusão visou evitar a "contaminação do debate eleitoral" e eventual acusação de propaganda da pré-candidata do PT.

Vou ali... O Planalto decidiu que Dilma fará o último evento público como ministra da Casa Civil no Rio Grande do Sul, Estado onde construiu sua vida pública.

...e já volto. Para manter o nome da candidata em pauta logo após a saída do governo, o núcleo da campanha conta com a convenção do PR, em 5 de abril, e com a do PC do B, que deverá acontecer alguns dias depois. No meio tempo, ela concentrará suas aparições em São Paulo e Minas.

Só minha. Aloizio Mercadante ainda não foi lançado candidato ao governo paulista, mas já manifestou ao PT e ao Planalto sua contrariedade com a visita que Dilma fará hoje à Fiesp, evento que indiretamente servirá para promover a campanha do presidente da entidade, Paulo Skaf (PSB), ao mesmo cargo.

Pano rápido. Que João Vaccari não será o tesoureiro da campanha de Dilma já é sabido, mas agora cresce, entre setores do PT, a pressão para que ele se afaste também da Secretaria de Finanças da sigla, como forma de retirar as atenções do caso Bancoop.

Já deu. Enquanto alguns tucanos imploram a José Serra que antecipe um pouquinho que seja o anúncio da candidatura, outros avaliam que, a esta altura, a discussão está vencida: "Dia 18, 25 ou 31: tanto faz", resume um integrante do segundo grupo.

Sem solução. No entorno de Serra, fechou-se um diagnóstico sobre Tasso Jereissati: o senador apostou até a última ficha na desistência do governador paulista, por considerar a opção Aécio Neves mais conveniente a seu plano de se reeleger pelo Ceará, e agora não se conforma com o desfecho da novela tucana.

Focalizado. Na entrevista de Lula ontem aos jornais "Haaretz" e "The Marker" e à Agência de Notícias Brasil Árabe, a sucessão brasileira passou ao largo. O presidente só foi indagado sobre Oriente Médio, com ênfase no Irã. O nome de Dilma não foi sequer pronunciado no encontro.

Crocodilo Dundee. Em campanha para renovar o mandato de senador, Delcídio Amaral (PT-MS) fixou-se numa bandeira: levar o Luz Para Todos ao Pantanal.

Vice. Ciro Nogueira (PP-PI) planeja trocar a Câmara por cadeira no Senado. Avalia que pode se eleger com o "segundo voto", dado o instável desempenho de Heráclito Fortes (DEM) e Mão Santa (PSC) nas pesquisas. O governador Wellington Dias (PT) deve ficar com uma das duas vagas.

Deixa estar. Só quatro partidos -PC do B, PSDB, PPS e PSOL- se manifestaram contra a inclusão na pauta da Câmara da regulamentação do funcionamento de bingos. Os demais foram a favor ou fizeram "cara de paisagem". Alvo de forte lobby, o tema pode ser votado hoje.

Visita à Folha. Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda e diretor da Faculdade de Economia da FAAP e do Instituto Fernand Braudel de São Paulo, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.

Tiroteio

Ciro não tem mesmo nada a explicar porque não tem o apoio de ninguém, nem mesmo de seu próprio partido. Ele é o candidato do eu sozinho.

Contraponto

Parte interessada

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), participava na semana passada de reunião com representantes das centrais sindicais para tratar dos empecilhos à aprovação da emenda que reduz a jornada de trabalho.
A certa altura, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), também presidente da Força Sindical, resolveu utilizar a tática da profusão de elogios:
-O Michel tem prestígio, será vice-presidente...
Temer, que até ali ouvira pacientemente os queixosos, resolveu cortar o assunto delicado:
-Paulinho, você só diz isso porque tem a esperança de herdar os meus votos para a Câmara...

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