O GLOBO 14/02/10
As mulheres pretas e pardas, tão celebradas no carnaval, inclusive pela coluna, ocupam um degrau baixo no edifício social brasileiro, como mostra pesquisa feita agora pelo Laboratório Laeser, da UFRJ, dirigida pelo economista Marcelo Paixão.
Em dezembro do ano passado, a diferença entre o rendimento médio de um homem branco (R$ 1.968,36) e de uma mulher preta ou parda (R$ 742,12) foi de 165%.
E mais...
A taxa de desemprego das pretas e pardas em dezembro (10,2%) foi mais que o dobro da dos homens brancos (4,6%) e superou também a das mulheres brancas (7%) e a dos homens pretos e pardos (6,4%).
Para concluir...
Um terço (exatos 28,9%) das mulheres negras que trabalhavam no período pesquisado estavam subocupadas, por receberem menos de um salário mínimo.
Fora da lei
A Corregedoria Geral Unificada das polícias do Rio vai mandar equipes para fiscalizar a Sapucaí no carnaval.
Quer punir os policiais que estiverem fazendo bico para a turma do jogo do bicho.
No mais
É como disse Campos Sales, em 1906, no livro “Da propaganda à Presidência”.
“A eleição do presidente da República é o grande eixo da política nacional, embora a agitação que em torno dela se promove nem sempre obedeça ao influxo dos princípios.”
Melô das lésbicas
Tomou outro rumo o sucesso “Mulher, mulher, mulher”, samba de Neguinho da BeijaFlor que gruda igual a chiclete e é sensação nos blocos.
Quem acha a letra machista mal sabe: a música foi apelidada de... “Melô das lésbicas”.
O DOMINGO
É de carnaval e de Zeyla Victória, 23 anos, a Mulata do Gois 2010. Professora de inglês que mora com os pais em Jacarepaguá, ela é passista da Portela, e garantiu para a escola o tricampeonato do concurso carnavalesco da coluna. Zeyla ganhou no ano em que a disputa teve uma montanha de votos — acredite: mais de 450 mil em mês e meio de eleição. Em segundo lugar, ficou Luciane Soares, 29 anos, do Salgueiro e, em terceiro, Grazi Dantas, 28, da União da Ilha. As duas e as outras nove candidatas iluminam (em ordem aleatória) a página ao lado, numa agradecida homenagem da coluna às musas do samba, que todo ano nos oferecem uma festa de beleza. Viva a mulata, viva o carnaval
Desculpe, Niemeyer
De Paulinho da Viola para a revista “FS”, do jornal “Brasil Econômico”: — Uma coisa que teria de ser discutida é o próprio Sambódromo carioca. Ele foi feito (em 1984) meio às pressas.
Não deveria ter sido assim.
Segue...
O grande compositor esclarece melhor sua posição: — Amo o trabalho de Oscar Niemeyer, acho uma coisa sublime.
Quem sou eu para dizer isso, um sambista. Mas acho que, se ele tivesse tido um tempo maior, não teria sido feito daquela maneira
Chefe do Greenpeace
Quem chega ao Brasil dia 22 agora é Kumi Naidoo, um ex-ativista antiapartheid sulafricano.
Vem a ser o diretor-executivo da superONG Greenpeace, cujas ações fazem um barulho danado no mundo todo.
ZONA FRANCA
Ainda este semestre João Havelange recebe o título de doutor honoris causa da Academia Brasileira de Filosofia, com saudação de Nelson Mello e Souza.
Beyoncé usou em seu clipe acessórios do designer Carlos Alberto Sobral.
Anderson Birman, da Arezzo, lança nova coleção dia 17.
Dia 19, a cantora Mariana Baltar se apresenta no Posto Nove.
Rudi Werner é o responsável pela maquiagem no baile do Copa.
O cirurgião Ricardo Cavalcanti participa do 44º Backer Gordan Education Simposion, em Miami.
Bloco Quizomba sai terça na Lapa e grava DVD dia 20 no Circo Voador.
O advogado Pedro Trengrouse faz seminário em Bruxelas sobre os desafios do Brasil após a era Lula.
Solange Tesourinha
O carro da censura que a Mangueira levará amanhã à Sapucaí, com o travesti Rogéria, é uma “homenagem” da verde e rosa à Solange Hernandes.
Trata-se da censora mais famosa da ditadura, também conhecida como Solange Tesourinha, porque cortava tudo que é filme, livro, música, peça de teatro...
Dira no palco
Dira Paes, nossa musa do cinema brasileiro, voltará ao teatro depois de cinco anos.
Ensaia “Caderno de memórias”, do francês Jean Claude Carriére, com direção de Moacyr Góes. A peça será encenada em março no Festival de Curitiba e estreia no Rio em abril.
Arruda sumiu
O pessoal da Confraria do Garoto, boa gente que põe a autoestima carioca para cima, teve dificuldade para achar arruda, que usa na abertura do carnaval, para garantir bons fluidos.
Não achou. Arruda, veja só, sumiu.
Samba dos Bric
Jim O’Neill, o economista inglês que criou o termo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) para designar os quatro países emergentes, estará hoje na Sapucaí, no camarote de Eduardo Paes.
Cena carioca
Um senhorzinho despachante tem distribuído o seguinte cartão na Lapa, no Rio: “Wilson Gomes, despachante.
Soluciono todo tipo de problema.
O que a gente não faz por dinheiro? Até trabalhar.” E dá um telefone.
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