Há hoje sete pessoas filiadas ao PMDB ocupando assentos na Esplanada dos Ministérios. No Congresso, a Câmara e o Senado também estão sob o comando de peemedebistas. Nunca o partido foi tão bem tratado em Brasília. O benfeitor maior do PMDB é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nomeou para ministro da Integração Nacional o deputado Geddel Vieira Lima (BA), que no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) nunca foi cogitado para cargo tão alto. A moeda de troca que Lula e o PT esperam do PMDB é o tempo da sigla no horário eleitoral no rádio e na TV durante a campanha presidencial de 2010. A ideia é inundar a campanha com os comerciais da provável candidata petista ao Planalto, Dilma Rousseff. Trata-se de uma aposta de risco de Lula, sobretudo porque o grupo hoje mais forte na cúpula do PMDB só tem um nome para oferecer como candidato a vice: Michel Temer, deputado por São Paulo e atual presidente da Câmara. Quando Lula falou na possível lista tríplice do PMDB com opções de vice, a reação não poderia ser boa porque não existem três nomes no condomínio peemedebista. Michel, Geddel e o líder na Câmara, Henrique Alves (RN), soltam gargalhadas ao ouvir a hipótese de Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, ser indicado. Cristão-novo no PMDB, Meirelles não representa nenhum grupo relevante nas diversas sesmarias do partido pelo país. A cúpula apostará até o fim em Temer. Só em condições muito especiais mudará de ideia, cobrando mais cargos. Os muxoxos e resmungos dos peemedebistas diante da proposta de Lula fazem parte do jogo político. É espuma para simular um tsunami e negociar melhor mais adiante. Afinal, se o PMDB ficasse quieto, em breve Lula diria que o partido talvez nem devesse indicar um vice, pois já tem muitos cargos. A rigor, o combustível dessa aliança não dependerá dos humores de Lula, de exigências de listas tríplices nem de Michel Temer se ofender com o tratamento público oferecido pelo Planalto. Sem perspectiva real de chegar sozinho à Presidência da República, o PMDB mira num único alvo: permanecer no poder pelas mãos de aliados. Se em abril ou maio do ano que vem Dilma disparar nas pesquisas -algo ainda longe de acontecer-, o PMDB produzirá um consenso e embarcará no projeto de Lula oficialmente. Mas se a candidata petista empacar e suas chances de vitórias forem pequenas, o PMDB fará o que sempre mais soube: ficará sem apoiar ninguém e totalmente disponível para entrar no governo seguinte, não importando qual seja. |
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