terça-feira, novembro 24, 2009

TODA MÍDIA

A visita

NELSON DE SÁ

FOLHA DE SÃO PAULO - 24/11/09


Os israelenses "Haaretz" e "Jerusalem Post" passaram o dia com chamadas na home para o "Café com o Presidente" em que Lula defendeu não "isolar o Irã". Mas estavam ambos mais atentos às negociações de seu próprio governo com o Hamas, para a troca de um soldado por "centenas de palestinos".
O iraniano "Tehran Times" deu manchete no papel e depois on-line para "Ahmadinejad encontra Lula". O site do canal de notícias estatal Press TV fechou o dia com a notícia, sem destaque, de que o "Brasil quer solução justa para a questão nuclear".
Na Al Jazeerah, o canal do Qatar, a correspondente Lucia Newman destacou os protestos.

Nos EUA, foi uma das principais notícias do dia, no agregador da Slate. No alto das páginas iniciais de "Wall Street Journal" e do Huffington Post, despachos sobre o "Café com o Presidente".
Na home do "New York Times", fim do dia, o correspondente Alexei Barrionuevo também se concentrou no programa de rádio, com a chamada "Presidente do Brasil defende visita de líder iraniano".
Encerrada a visita, o "Financial Times" postou que "Irã e Brasil pedem reforma da ONU".

Por aqui, por Folha Online e outros, "Lula defende enriquecimento de urânio para fins pacíficos no Irã". Já o "Jornal Nacional" abriu descrevendo um Brasil "no centro das atenções no mundo".

COTOVELADA
Por aqui, ecoou também a reportagem do "NYT", no papel, "Brasil acotovela EUA no palco diplomático". Na tradução da BBC Brasil, "dá cotovelada". O correspondente ouviu o chanceler Celso Amorim e o Departamento de Estado, este dizendo esperar "que o Brasil interprete um papel construtivo no esforço de levar o Irã a fazer a coisa certa". A instituição Inter-American Dialogue, de Washington, avaliou que foi "parte da ação do Brasil de projetar seu papel como ator global", o que inclui "enviar uma mensagem a Washington de que vai lidar com quem quiser".
O "FT", que abriu foto de protesto na capa (acima), disse ser um "teste para a diplomacia brasileira" e também deu voz para o Departamento de Estado.

NO MEIO DO PALCO
A instituição Americas Society, de Nova York, também citada nos jornais, postou diversas análises sob títulos como "Lula eleva perfil no Oriente Médio" e "Brasil amplia papel nas discussões entre israelenses e palestinos", com as visitas dos respectivos presidentes. Em vídeo, um diretor questionou o governo brasileiro por romper o isolamento quando a "comunidade internacional tenta isolar o Irã por suas ambições nucleares".
Por outro lado, o blog da Americas Society postou que em semanas a Polícia Federal começa a usar os aviões não tripulados (acima) que adquiriu como "parte do acordo" fechado com Shimon Peres, presidente de Israel. A estreia é sobre as favelas de Rio e São Paulo.


MORATÓRIA DE RICO

Na semana do alerta da "Economist" para o "buraco" nas contas públicas dos EUA (imagem acima), o "NYT" publicou ontem a manchete "Governo americano enfrenta onda de pagamentos de dívida". Em suma, "uma montanha de dívida" e "um balão de pagamentos de curto prazo nos próximos meses". Os investidores globais já estariam "mudando seu dinheiro" dos títulos do Tesouro dos EUA "para ações de empresas privadas e para países em rápido crescimento como o Brasil e a China".
Na mesma linha, o "FT" publicou que "Crescem apostas em calotes nos países ricos". O endividamento crescente, EUA inclusive, "está levando os investidores a usar o mercado de derivativos para apostar na moratória dos títulos dos governos ricos". Destaca a Itália.

SOB CONTROLE
O "Valor" destacou, da Bloomberg, que "analistas de mercados emergentes estão reduzindo as recomendações de "comprar" o Brasil para baixa recorde", pois as ações ficaram "caras" e "o governo impõe taxas".
Já Jim O'Neill, criador dos Brics, falou ao Portal Exame para a manchete "Brasil acerta ao taxar estrangeiro". Ele diz que se "preocupou um pouco" com o país na capa da "Economist", "porque a revista, de vez em quando, publica verdadeiras bobagens". Porém:
"Dito isso, desta vez eles estão certos. O Brasil vai crescer a uma taxa média de 5%, 6%, o que o transformará, quem sabe, na quarta economia até 2020.

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