O texto da senadora Marina Silva nesta Folha, na segunda-feira, tem todo o jeito de pré-manifesto de pré-candidatura presidencial. "No congresso da CUT, a professora Tânia Bacelar disse que "o debate sobre sustentabilidade ambiental vive uma batalha definitiva no Brasil, que estará no olho do furacão dessa discussão em todo o mundo". Creio que o país está pronto para assumir essa responsabilidade. Pelo menos a sociedade afirma insistentemente, das mais diversas maneiras, que é essa a sua vontade", escreve a senadora. Estou velho demais para continuar acreditando em frases como "batalha definitiva" ou "o país está pronto...". Não tenho nunca a menor ideia de que coisas "o país está pronto" para assumir (ou descartar). Mas, se de fato Marina for candidata e tiver chance de ser mais que uma candidatura testemunhal, seria um tremendo progresso. Significaria que "o debate sobre sustentabilidade ambiental" está, de fato, pronto para ser travado -e em nível bem acima do rés-do-chão em que usualmente se escondem os candidatos na hora das campanhas, quando não se limitam a desconstruir os adversários. Se Marina quiser de fato incendiar a campanha, terá no entanto que ir além do que Alfredo Sirkis, o vice-presidente nacional do PV (Partido Verde), chamou, também nesta Folha (domingo), de "discurso clássico, defensivista, do ambientalismo (deter a destruição da Amazônia e de sua biodiversidade, a contribuição das suas queimadas em emissões de CO2 etc.)". A grande batalha, do meu ponto de vista, seria em torno de um planeta mais sustentável, capaz de preservar não apenas a natureza mas também o ser humano, que claramente está sendo exigido além de seus limites pela competição desenfreada associada ao capitalismo contemporâneo. |
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