A senadora Marina Silva (foto), do PT-AC, se reuniu ontem com a bancada petista no Senado e confirmou sua saída da legenda para disputar a Presidência da República pelo Partido Verde. Não deixou o assunto entrar em pauta e comunicou que conversaria individualmente com cada colega. Não houve apelo para que ela ficasse na legenda. A decisão tomada foi elaborar uma carta de despedida, lamentando a decisão, a cargo do líder Aloizio Mercadante (PT-SP). “Ela está decidida”, lamentou o petista.
» » » O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vê a candidatura de Marina com desdém. A cúpula do PT avalia que todos os que deixaram a legenda em confronto com Lula acabaram no ostracismo, ou quase. Bete Mendes e Airton Soares, por exemplo, que votaram a favor da eleição de Tancredo Neves. Recentemente, a turma que fundou o PSol começou a dissidência, com 25 deputados e, hoje, tem apenas três, todos em risco eleitoral.
Capilaridade No Palácio do Planalto, onde dão um duro danado para alavancar o nome de Dilma Rousseff como candidata à sucessão de Lula, acredita-se que a candidatura de Marina morrerá na praia: tem pouco tempo de televisão, está isolada politicamente e não terá apoio de massa na Amazônia. Quem mora no mato está a favor das obras do PAC; quem está mais preocupado com o meio ambiente vive no concreto, avalia um cardeal do PT.
Trombada Marina nunca engoliu a própria saída do Ministério do Meio Ambiente, depois de uma trombada com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ex-ministro de Assuntos Estratégicos Mangabeira Unger, por causa do projeto de desenvolvimento do governo Lula para a Amazônia. Também não digeriu o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), plataforma de lançamento de Dilma, descolado de um projeto de desenvolvimento sustentável, com suas estradas e usinas hidrelétricas, sem as devidas preocupações com a preservação da Amazônia e do meio ambiente.
Será? Em tom de brincadeira, o corregedor do Senado, Romeu Tuma (foto), do PTB-SP, ponderou ontem que a decisão da Direção-Geral de suspender as visitas guiadas à Casa para evitar o contágio pela gripe suína poderia ser estendida ao restante das atividades parlamentares pelo período de um mês. Seria uma solução para apaziguar os ânimos acirrados na crise em torno do presidente José Sarney (PMDB-AP).
Lenta A Anatel está levando mais tempo para analisar as ações de estabilidade desenvolvidas pela Telefônica para o Speedy do que a companhia levou para entregá-las. A agência suspendeu as vendas do Speedy no final de junho e pediu um plano de estabilidade para o serviço. Enquanto a Telefônica levou 20 dias para executar as ações, a Anatel já completa 26 dias de análise sem chegar a uma conclusão. As ações compreenderam desde ampliação de capacidade da rede até melhorias nas centrais de atendimento ao cliente.
Rédeas Candidato à reeleição ao governo do Ceará, Cid Gomes (foto), do PSB, coordenará com mão de ferro a formação de alianças para sua campanha. O socialista selou acordo interno para se eleger presidente do diretório estadual do PSB, no próximo dia 23. No mesmo caminho, segue a prefeita de Fortaleza, Luiziane Lins (PT), cuja cotação está em alta para presidir o PT cearense nas eleições de setembro.
Parentada O governo deu um prazo para que os servidores que ocupam cargos comissionados comuniquem se empregam parentes ou não. O prazo termina no dia 21 de setembro. Aproximadamente 18 mil servidores deverão responder ao questionário. Até ontem, 4.619 dos 18 mil servidores nessa condição haviam respondido ao questionário, dos quais 3.852 afirmaram que não têm parentes como comissionados, terceirizados ou estagiários. Ou seja, há 767 suspeitos de nepotismo.
Culatra/ Árido e eminentemente técnico, o secretário interino da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, jogou luz sobre fragilidades na fiscalização e disputas internas do órgão que dirige. O tiro na CPI da Petrobras se deu quando Cartaxo admitiu que nem as superintendências se entendem sobre a legalidade da manobra tributária da estatal.
Transfusão/ O fim da aliança entre PT e PMDB não afetará o relacionamento do governador da Bahia, Jaques Wagner, com ministros do partido. Quem garante é o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. No dia seguinte ao fim da aliança do petista com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), Temporão e Wagner assinaram acordo para a construção de 29 unidades de pronto atendimento. A Bahia receberá R$ 10 milhões para os serviços de atendimento à saúde.
Reforço/ O presidente do Senado, José Sarney, resolveu convocar um antigo assessor para ajudá-lo a controlar a TV Senado: o jornalista Fernando César Mesquita, que estava ao largo da crise e agora assume a Secretaria de Comunicação do Senado. Ex-governador do antigo território de Fernando de Noronha, Mesquita foi o criador do Ibama.
Crédito/ No discurso que fará amanhã no ato em defesa da ética no Senado, no auditório do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) lembrará que partiu do Correio Braziliense a revelação das irregularidades administrativas que culminaram na crise institucional que hoje desgasta a imagem da Casa. |
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