Painel com decoração da Rio-2016 separa a Linha Vermelha do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro (RJ). A Prefeitura do Rio de Janeiro nega que seja para esconder a favela.
BRASÍLIA - O Rio bateu Madri na briga pela sede dos Jogos Olímpicos de 2016 na eleição do COI (Comitê Olímpico Internacional) em Copenhague no dia 2 de outubro de 2009. Foi uma noite de festa, vinho espanhol, piña colada, cerveja e boca-livre na Dinamarca, conforme relatou a Folha na ocasião. Teve até ministro cantarolando Ary Barroso na balada brasileira.
Após o anúncio do resultado, o então presidente Lula não se conteve: "O Brasil conquistou a cidadania internacional". Figuras como Sérgio Cabral, Eduardo Paes, Carlos Arthur Nuzman, Henrique Meirelles e Pelé celebraram com o petista. Prometeram-nos um novo Rio.
Michel Temer estava na comitiva como presidente da Câmara e na condição de favorito a vice no ano seguinte na chapa de Dilma Rousseff, que chefiava a Casa Civil.
Quase sete anos se passaram do regabofe de Copenhague. Lula é personagem da Lava Jato, sua sucessora, uma presidente afastada, e Temer, o comandante interino do país.
A apenas três semanas da cerimônia de abertura da Rio-2016, o governo anuncia um novo plano para controlar a ameaça de terror no maior evento esportivo do planeta.
O general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do GSI, afirmou que o atentado em Nice, na França, exige do governo "uma série de revisões" (como se fosse necessário mais um ataque do tipo para adotá-las).
O governo promete medidas ao mesmo tempo em que agentes da Força Nacional, despachados ao Rio para a vigilância dos Jogos, são impedidos por milícias de instalar internet em seus alojamentos. Conquistamos a tal "cidadania internacional" com a Rio-2016, mas nossos soldados não acessam nem e-mails.
Garoto propaganda da candidatura do Rio, o escritor Paulo Coelho avisou em 2009 que plantaria bananeira na praia de Copacabana durante os Jogos se a cidade fosse escolhida. Que pelo menos a promessa do mago seja cumprida.
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