FOLHA DE SP - 04/04
Arrefeceram um pouco as atenções em torno do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e de suas articulações na busca de mais ministérios para seu partido.
Todavia, a instituição sempre tem quem possa substituí-lo --e foi precisamente o seu vice, André Vargas (PT-PR), quem ocupou o noticiário com sinais de não descurar da defesa dos próprios interesses.
Uma viagem de férias a João Pessoa pode ser agradável, e mesmo merecida --a menos que se pense, talvez, no ritmo pouco exigente de trabalho em vigor no Legislativo.
O problema estava no preço das passagens aéreas. O deputado ligou então para um conhecido seu, perguntando se sabia de alguém que possuísse um avião.
Um jatinho serviria. O interlocutor de Vargas não haverá de ter acreditado na coincidência. Não é que ele próprio tinha um avião capaz de atender ao deputado?
O jatinho foi posto à disposição do vice-presidente da Câmara no dia seguinte. Às 6h30 partiu de Londrina em direção a João Pessoa.
Tudo ficaria por isso mesmo não fosse a Polícia Federal, que interceptou a conversa entre o deputado e o dono do avião, que não era ninguém menos do que Alberto Youssef, doleiro investigado por operações de lavagem de dinheiro.
Ele havia sido preso em 2003, por remessas ilegais no caso Banestado. Beneficiou-se do mecanismo da delação premiada. André Vargas, que o conhece há 20 anos, acreditou em sua regeneração.
"Imaginei que ele tivesse aprendido a lição", diz Vargas. Tanto assim que também foram gravadas conversas entre o deputado e o doleiro sobre os interesses deste em promover uma parceria entre a Labogen, um laboratório farmacêutico, e o Ministério da Saúde.
Alberto Youssef encontra-se preso de novo; André Vargas disse que tentou devolver-lhe os gastos de combustível; a oferta foi recusada. "O que aconteceu comigo poderia ter acontecido a qualquer homem público", diz o deputado, e provavelmente tem razão.
Por essas e outras, Henrique Alves --voltamos a ele-- pretende retomar a contratação de empresa de publicidade, o que não era feito desde o escândalo do mensalão, para reconstruir a reputação da Câmara do Deputados.
A operação da PF que registrou as conversas entre Vargas e Youssef se chama Lava a Jato. Suja-se com mais rapidez ainda a imagem da Câmara. Talvez, mais que uma empresa de propaganda, seja o caso de chamar a visita do tintureiro.
Todavia, a instituição sempre tem quem possa substituí-lo --e foi precisamente o seu vice, André Vargas (PT-PR), quem ocupou o noticiário com sinais de não descurar da defesa dos próprios interesses.
Uma viagem de férias a João Pessoa pode ser agradável, e mesmo merecida --a menos que se pense, talvez, no ritmo pouco exigente de trabalho em vigor no Legislativo.
O problema estava no preço das passagens aéreas. O deputado ligou então para um conhecido seu, perguntando se sabia de alguém que possuísse um avião.
Um jatinho serviria. O interlocutor de Vargas não haverá de ter acreditado na coincidência. Não é que ele próprio tinha um avião capaz de atender ao deputado?
O jatinho foi posto à disposição do vice-presidente da Câmara no dia seguinte. Às 6h30 partiu de Londrina em direção a João Pessoa.
Tudo ficaria por isso mesmo não fosse a Polícia Federal, que interceptou a conversa entre o deputado e o dono do avião, que não era ninguém menos do que Alberto Youssef, doleiro investigado por operações de lavagem de dinheiro.
Ele havia sido preso em 2003, por remessas ilegais no caso Banestado. Beneficiou-se do mecanismo da delação premiada. André Vargas, que o conhece há 20 anos, acreditou em sua regeneração.
"Imaginei que ele tivesse aprendido a lição", diz Vargas. Tanto assim que também foram gravadas conversas entre o deputado e o doleiro sobre os interesses deste em promover uma parceria entre a Labogen, um laboratório farmacêutico, e o Ministério da Saúde.
Alberto Youssef encontra-se preso de novo; André Vargas disse que tentou devolver-lhe os gastos de combustível; a oferta foi recusada. "O que aconteceu comigo poderia ter acontecido a qualquer homem público", diz o deputado, e provavelmente tem razão.
Por essas e outras, Henrique Alves --voltamos a ele-- pretende retomar a contratação de empresa de publicidade, o que não era feito desde o escândalo do mensalão, para reconstruir a reputação da Câmara do Deputados.
A operação da PF que registrou as conversas entre Vargas e Youssef se chama Lava a Jato. Suja-se com mais rapidez ainda a imagem da Câmara. Talvez, mais que uma empresa de propaganda, seja o caso de chamar a visita do tintureiro.
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