FOLHA DE SP - 31/03
Por qualquer critério que se olhe, o Brasil apresenta ao menos uma grande anomalia quando comparado a outros países de peso: o fechamento ao comércio exterior e a falta de integração às maiores cadeias de produção globais.
Agravado nas últimas duas décadas, esse processo de isolamento representa cada vez mais um fator limitante para a produtividade e o crescimento econômico.
Não por acaso, todos os países que se aproximaram da fronteira tecnológica e elevaram depressa seu nível de renda per capita, notadamente na Ásia, valeram-se da alavanca da integração comercial --dinâmica que tem se acelerado.
O Brasil, entretanto, segue o caminho oposto. Pressionado pelo câmbio valorizado e pelo aumento das importações, o governo aumentou tarifas, definiu regras de conteúdo nacional e isolou ainda mais as empresas da concorrência internacional, na esperança de que defenderia o mercado interno.
Pura ilusão. O deficit comercial no segmento de média e alta tecnologia, por exemplo, beira os US$ 100 bilhões e a produtividade patina.
Felizmente, muitas lideranças empresariais brasileiras percebem que o rumo está errado. Nesse contexto, é auspiciosa a divulgação, pelo Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), de cálculos mostrando os ganhos que o país teria se fechasse acordos comerciais abrangentes, especialmente com Europa e EUA.
O estudo indica que a redução de 100% das tarifas da indústria, 70% das agrícolas e 25% das outras barreiras não tarifárias resultaria em US$ 86 bilhões a mais em exportações e importações, montante 18% superior ao atual.
Embora os valores sejam estimados e exista um impacto negativo mínimo no saldo comercial (deficit de US$ 600 milhões), a lógica principal permanece: é preciso se integrar para competir.
Há questões geopolíticas envolvidas. A definição de padrões tecnológicos confere vantagens aos que estiverem inseridos às cadeias de produção. Quem estiver fora, possivelmente assim permanecerá.
O Brasil precisa sair do imobilismo. Deve romper com as amarras do Mercosul, mas sem abandonar a construção de um centro competitivo na América Latina.
A negociação com a Europa é a mais avançada e, segundo o trabalho do Iedi, a que oferece mais ganhos. Que prossiga com rapidez, com as salvaguardas devidas para que as empresas possam se ajustar a uma nova e necessária realidade.
Agravado nas últimas duas décadas, esse processo de isolamento representa cada vez mais um fator limitante para a produtividade e o crescimento econômico.
Não por acaso, todos os países que se aproximaram da fronteira tecnológica e elevaram depressa seu nível de renda per capita, notadamente na Ásia, valeram-se da alavanca da integração comercial --dinâmica que tem se acelerado.
O Brasil, entretanto, segue o caminho oposto. Pressionado pelo câmbio valorizado e pelo aumento das importações, o governo aumentou tarifas, definiu regras de conteúdo nacional e isolou ainda mais as empresas da concorrência internacional, na esperança de que defenderia o mercado interno.
Pura ilusão. O deficit comercial no segmento de média e alta tecnologia, por exemplo, beira os US$ 100 bilhões e a produtividade patina.
Felizmente, muitas lideranças empresariais brasileiras percebem que o rumo está errado. Nesse contexto, é auspiciosa a divulgação, pelo Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), de cálculos mostrando os ganhos que o país teria se fechasse acordos comerciais abrangentes, especialmente com Europa e EUA.
O estudo indica que a redução de 100% das tarifas da indústria, 70% das agrícolas e 25% das outras barreiras não tarifárias resultaria em US$ 86 bilhões a mais em exportações e importações, montante 18% superior ao atual.
Embora os valores sejam estimados e exista um impacto negativo mínimo no saldo comercial (deficit de US$ 600 milhões), a lógica principal permanece: é preciso se integrar para competir.
Há questões geopolíticas envolvidas. A definição de padrões tecnológicos confere vantagens aos que estiverem inseridos às cadeias de produção. Quem estiver fora, possivelmente assim permanecerá.
O Brasil precisa sair do imobilismo. Deve romper com as amarras do Mercosul, mas sem abandonar a construção de um centro competitivo na América Latina.
A negociação com a Europa é a mais avançada e, segundo o trabalho do Iedi, a que oferece mais ganhos. Que prossiga com rapidez, com as salvaguardas devidas para que as empresas possam se ajustar a uma nova e necessária realidade.
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