FOLHA DE SP - 26/02
Após a reunião no Planalto para tentar acalmar os parlamentares da base insatisfeitos com Dilma Rousseff, deputados e senadores do PT se encontraram em jantar anteontem para desferir seus próprios ataques ao governo. Os petistas reclamaram especialmente da falta de informações sobre as alianças nos Estados, o que impacta suas próprias eleições, e, mais uma vez, da liberação de emendas. Os parlamentares do PT dizem que outros partidos receberam mais recursos em 2013.
Tem limite Já os integrantes do "blocão" formado por deputados insatisfeitos com Dilma avisaram ao Planalto que, apesar da pressão que já começaram a exercer, não pretendem armar uma "pauta-bomba" para prejudicar as contas do governo.
Quinta coluna Em conversas reservadas, deputados petistas admitem que parlamentares da sigla incentivam as reuniões do "blocão".
Contramão Em reuniões internas, a cúpula da campanha de Dilma se queixou da falta de lealdade do PMDB em Estados-chave como Pernambuco, onde líderes do partido se aproximaram de Eduardo Campos (PSB).
Santa Ceia O novo apelido de Aloizio Mercadante entre parlamentares é Jesus Cristo. "Mandou os 12 apóstolos para o Congresso", ironiza um deputado, diante da estratégia do Planalto de enviar ministros para acompanhar as ações no Legislativo.
Intercâmbio Senadores do PT -entre eles Humberto Costa (PE) e Gleisi Hoffmann (PR)- estavam juntos na sala da liderança do partido quando Fernando Henrique Cardoso fez críticas aos governos petistas na sessão que comemorou os 20 anos do Plano Real. Ali, decidiram que responderiam no plenário.
RSVP Gleisi telefonou para o Instituto Lula para saber se o ex-presidente havia sido convidado para a celebração. Ouviu de assessores que nenhum convite havia chegado.
Esquenta Eduardo Campos e Marina Silva tiveram uma reunião fora da agenda ontem, no Recife. Em pauta o programa de governo que será lançado em junho e as alianças regionais do PSB.
Cabana 2.0 A Rede em São Paulo começa a articular a criação das "Casas em Rede", uma atualização dos comitês informais que foram usados pela campanha verde em 2010, chamados de Casas de Marina. A tentativa de reativação para coleta de assinaturas em 2013 não prosperou.
Peleja nordestina Ex-aliado de Campos, o dilmista Cid Gomes (Pros-CE) prepara números para minar o discurso do pernambucano de que mantém bom relacionamento com o setor privado. Usará dados das agências de desenvolvimento econômico dos dois Estados para dizer que prevê atrair cinco vezes mais investimentos que o vizinho.
Folião Aécio Neves (PSDB) vai aproveitar o Carnaval para contatos políticos. Na sexta-feira aparecerá ao lado de ACM Neto (DEM) em Salvador e no domingo irá ao camarote da Prefeitura do Rio na Sapucaí a convite de Eduardo Paes (PMDB).
Diplomacia O PSDB deve emplacar hoje o deputado Eduardo Barbosa (MG) na Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Os tucanos querem aproveitar o grupo para questionar a política externa do governo Dilma, em especial suas relações com Venezuela e com Cuba.
Segunda instância A contratação de Hélio Silveira para o setorial jurídico da campanha de Paulo Skaf (PMDB) causou desgaste no PT paulista. Ele era o preferido de Alexandre Padilha para a função. Agora, dirigentes nacionais tentam levá-lo para a campanha de Dilma.
tiroteio
"A nova política pregada por Eduardo Campos em Pernambuco é, na verdade, um 'museu de grandes novidades', como diria Cazuza."
DE HUMBERTO COSTA (PT-PE), líder no Senado, sobre a chapa montada por Campos à sua sucessão, apoiada por políticos pernambucanos tradicionais.
contraponto
Resta um
Em sessão da Câmara que discutia, ontem, um requerimento para a criação de uma comissão externa para apurar a existência de superfaturamento e pagamento de propina na Petrobras, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) foi chamado a discursar como líder do governo.
Diante da articulação do "blocão", grupo que reúne parlamentares de sete partidos da base de Dilma Rousseff insatisfeitos com a relação mantida com o governo, o deputado Fernando Francischini (SDD-PR) brincou, antes que o petista assumisse o microfone:
-Chinaglia, nada disso, agora você é líder da minoria!
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