O GLOBO - 26/02
Mesmo que as pesquisas de opinião mostrem um claro favoritismo da presidente Dilma, e também coloquem o candidato tucano Aécio Neves como o oposicionista mais forte, o governador de Pernambuco está convencido de que Dilma não se reelegerá e que é ele, e não Aécio, quem a derrotará num segundo turno.
Mesmo que, mais do que nunca, a eleição presidencial deste ano caminhe para a polarização entre PT e PSDB - o primeiro tentando continuar mais quatro anos no poder, e os tucanos retornando à origem no combate à corrupção e à defesa do Plano Real, que este ano comemora 20 anos -, Eduardo Campos acha que na hora em que o contraditório tomar conta do debate eleitoral, com a propaganda de rádio e televisão, o caos em que ele vê o país mergulhado tomará o lugar da propaganda governamental, e os brasileiros verão que há alternativa aos governos petistas.
Ele teme, no entanto, que a crise política ganhe proporções incontornáveis antes que as alternativas sejam colocadas na mesa, e a frustração popular saia do controle precário que ainda a contém. No momento em que o projeto petista para a economia brasileira dá mostras de ter chegado ao esgotamento, com seu modelo de fomentar o consumo interno por meio do aumento do salário mínimo e da distribuição de bolsas sociais, Campos acha que é preciso antecipar programas de governo dando alternativas para a superação dos problemas, e conversou sobre isso com o candidato do PSDB Aécio Neves.
Ele incluiu no grupo que organiza seu plano de governo os conselheiros de Marina Silva, entre eles Gianetti da Fonseca e André Lara Resende. Idealmente, os programas de governo dele e de Aécio deveriam ser complementares, mas dando espaço para que o de Campos assuma mais posições no campo da esquerda política, no qual tem tradição pelo trabalho com o avô Miguel Arraes desde cedo.
O pleno emprego, mesmo com um salário médio baixo, é um trunfo do PT nesta eleição, e não é à toa que o ex-presidente Lula centra seus elogios na capacidade de enfrentar a crise econômica internacional com crescimento dos empregos. Tudo indica que Lula e Fernando Henrique voltarão a se defrontar durante a campanha eleitoral, cada qual defendendo seu legado.
O governador de Pernambuco, embora montando com o candidato tucano Aécio Neves estratégias de campanha de oposição, pretende trilhar uma terceira via, buscando votos também no eleitorado de esquerda desgostoso com o governo Dilma, e almejando os votos tucanos num eventual segundo turno.
O candidato do PSOL, senador Randolfe Rodrigues, planeja ser o candidato das ruas, e já tem um mote eleitoral que pode fazer sucesso com os eleitores descontentes com a prática política atual: quer colocar o PMDB fora da disputa política, identificando o partido com os males de nosso presidencialismo de coalizão. Vou dar a chance ao PMDB de ficar na oposição , ironiza Randolfe - na mesma linha, aliás, de Campos, que já dissera que era tempo de dar um descanso ao PMDB.
O sonho do PSOL é ter o papel que coube a Marina na eleição de 2010: capitalizar o descontentamento da esquerda e da classe média, e ser o representante dos jovens que estão nas ruas. Mas Marina e Campos também almejam esse lugar. Eles devem anunciar ainda em março a chapa com Marina de vice, e estão acertando os palanques regionais.
No Rio e em São Paulo, Campos terá o apoio de candidatos próprios, e garante que essa estratégia foi feita de comum acordo, e não por imposição da companheira de chapa. Em São Paulo, onde a tendência do PSB seria apoiar o governador tucano Geraldo Alckmin, Campos trabalha com a possibilidade de ter o advogado Pedro Dallari, do PSB, ou Eduardo Jorge, do Partido Verde.
Já no Rio, Campos e Marina não têm dúvidas de que o melhor candidato é o deputado federal Miro Teixeira, da Rede, mas abrigado provisoriamente no PROS. Existe ainda a possibilidade de o ministro Joaquim Barbosa sair candidato ao Senado pelo Partido Verde. As últimas informações são as de que ele está preparando sua saída do STF para o dia 2 de abril, pouco antes do prazo final para magistrados se filiarem a partidos políticos a tempo de concorrer às eleições deste ano.
Mesmo que, mais do que nunca, a eleição presidencial deste ano caminhe para a polarização entre PT e PSDB - o primeiro tentando continuar mais quatro anos no poder, e os tucanos retornando à origem no combate à corrupção e à defesa do Plano Real, que este ano comemora 20 anos -, Eduardo Campos acha que na hora em que o contraditório tomar conta do debate eleitoral, com a propaganda de rádio e televisão, o caos em que ele vê o país mergulhado tomará o lugar da propaganda governamental, e os brasileiros verão que há alternativa aos governos petistas.
Ele teme, no entanto, que a crise política ganhe proporções incontornáveis antes que as alternativas sejam colocadas na mesa, e a frustração popular saia do controle precário que ainda a contém. No momento em que o projeto petista para a economia brasileira dá mostras de ter chegado ao esgotamento, com seu modelo de fomentar o consumo interno por meio do aumento do salário mínimo e da distribuição de bolsas sociais, Campos acha que é preciso antecipar programas de governo dando alternativas para a superação dos problemas, e conversou sobre isso com o candidato do PSDB Aécio Neves.
Ele incluiu no grupo que organiza seu plano de governo os conselheiros de Marina Silva, entre eles Gianetti da Fonseca e André Lara Resende. Idealmente, os programas de governo dele e de Aécio deveriam ser complementares, mas dando espaço para que o de Campos assuma mais posições no campo da esquerda política, no qual tem tradição pelo trabalho com o avô Miguel Arraes desde cedo.
O pleno emprego, mesmo com um salário médio baixo, é um trunfo do PT nesta eleição, e não é à toa que o ex-presidente Lula centra seus elogios na capacidade de enfrentar a crise econômica internacional com crescimento dos empregos. Tudo indica que Lula e Fernando Henrique voltarão a se defrontar durante a campanha eleitoral, cada qual defendendo seu legado.
O governador de Pernambuco, embora montando com o candidato tucano Aécio Neves estratégias de campanha de oposição, pretende trilhar uma terceira via, buscando votos também no eleitorado de esquerda desgostoso com o governo Dilma, e almejando os votos tucanos num eventual segundo turno.
O candidato do PSOL, senador Randolfe Rodrigues, planeja ser o candidato das ruas, e já tem um mote eleitoral que pode fazer sucesso com os eleitores descontentes com a prática política atual: quer colocar o PMDB fora da disputa política, identificando o partido com os males de nosso presidencialismo de coalizão. Vou dar a chance ao PMDB de ficar na oposição , ironiza Randolfe - na mesma linha, aliás, de Campos, que já dissera que era tempo de dar um descanso ao PMDB.
O sonho do PSOL é ter o papel que coube a Marina na eleição de 2010: capitalizar o descontentamento da esquerda e da classe média, e ser o representante dos jovens que estão nas ruas. Mas Marina e Campos também almejam esse lugar. Eles devem anunciar ainda em março a chapa com Marina de vice, e estão acertando os palanques regionais.
No Rio e em São Paulo, Campos terá o apoio de candidatos próprios, e garante que essa estratégia foi feita de comum acordo, e não por imposição da companheira de chapa. Em São Paulo, onde a tendência do PSB seria apoiar o governador tucano Geraldo Alckmin, Campos trabalha com a possibilidade de ter o advogado Pedro Dallari, do PSB, ou Eduardo Jorge, do Partido Verde.
Já no Rio, Campos e Marina não têm dúvidas de que o melhor candidato é o deputado federal Miro Teixeira, da Rede, mas abrigado provisoriamente no PROS. Existe ainda a possibilidade de o ministro Joaquim Barbosa sair candidato ao Senado pelo Partido Verde. As últimas informações são as de que ele está preparando sua saída do STF para o dia 2 de abril, pouco antes do prazo final para magistrados se filiarem a partidos políticos a tempo de concorrer às eleições deste ano.
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