O GLOBO - 08/01
Na semana em que Portugal perdeu o seu gênio do futebol, o Pantera Negra Eusébio, tomei conhecimento da importância de outro português, que pode estar promovendo uma revolução em área diferente, na medicina, mais precisamente no diagnóstico de câncer. É o cientista Tiago Brandão Rodrigues, de 36 anos, pesquisador da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, que chegou aos jornais e à televisão, não só de seu país, por ter desenvolvido uma técnica de ressonância magnética que aumenta a sensibilidade do equipamento tradicional em até 100 mil vezes, permitindo maior eficácia na detecção e tratamento de tumores. Logo depois de publicada a revelação na revista científica Nature Medicine , a notícia espalhou-se pela imprensa europeia e conferiu ao autor da inovação uma inesperada notoriedade.
Com nosso complexo de superioridade em relação aos nossos ancestrais, não sei se vamos engolir esse sucesso sem uma boa dose de inveja. Em relação a Eusébio, a quem eles chamam de rei , foi sempre fácil aceitar sua glória porque temos Pelé, o rei dos reis, com quem ele jamais quis rivalizar, como Maradona tenta, por exemplo. Mas quanto a esse jovem cientista, não sei, ainda mais que há lá quem acredite que ele possa vir a ser um possível candidato ao Nobel, onde estamos perdendo por 2 x 0: em Literatura, com José Saramago, ganhador do prêmio em 1998, e em Medicina, com Egas Moniz, em 1949. É bem verdade que nesse último caso houve controvérsia. Depois de indicado quatro vezes pela descoberta da angiografia cerebral, que tornou possível localizar neoplasmas, aneurismas, hemorragias, ele acabou sendo laureado pela discutível lobotomia, uma brutal intervenção cirúrgica no cérebro para o tratamento de doenças mentais como a esquizofrenia. A técnica, que foi muito popular principalmente nos EUA, deixou de ser praticada em 1960, banida pelas organizações médicas. Familiares de pacientes lobotomizados chegaram a tentar anular a atribuição do Nobel a Egas Moniz.
No caso do aperfeiçoamento da ressonância magnética, porém, parece não haver risco nem contraindicação, só benefícios.
Em mais de 40 anos morando na Zona Sul do Rio, estas últimas semanas foram as primeiras em que evitei caminhar no calçadão de Ipanema sob o inclemente sol deste verão, como costumava fazer religiosamente. Pode não significar nada para os indicadores meteorológicos oficiais, mas para meu sistema térmico foi um marco, um triste e inédito acontecimento. Para piorar, havia o mau cheiro do mar e a má aparência de uma estranha espuma atribuída às algas e que, mesmo sem fazer mal à saúde, como alegaram as autoridades ambientais, enfeava a paisagem, com seu aspecto viscoso e sua cor amarelada. Pena dos turistas nacionais e estrangeiros que vieram pelas praias.
Com nosso complexo de superioridade em relação aos nossos ancestrais, não sei se vamos engolir esse sucesso sem uma boa dose de inveja. Em relação a Eusébio, a quem eles chamam de rei , foi sempre fácil aceitar sua glória porque temos Pelé, o rei dos reis, com quem ele jamais quis rivalizar, como Maradona tenta, por exemplo. Mas quanto a esse jovem cientista, não sei, ainda mais que há lá quem acredite que ele possa vir a ser um possível candidato ao Nobel, onde estamos perdendo por 2 x 0: em Literatura, com José Saramago, ganhador do prêmio em 1998, e em Medicina, com Egas Moniz, em 1949. É bem verdade que nesse último caso houve controvérsia. Depois de indicado quatro vezes pela descoberta da angiografia cerebral, que tornou possível localizar neoplasmas, aneurismas, hemorragias, ele acabou sendo laureado pela discutível lobotomia, uma brutal intervenção cirúrgica no cérebro para o tratamento de doenças mentais como a esquizofrenia. A técnica, que foi muito popular principalmente nos EUA, deixou de ser praticada em 1960, banida pelas organizações médicas. Familiares de pacientes lobotomizados chegaram a tentar anular a atribuição do Nobel a Egas Moniz.
No caso do aperfeiçoamento da ressonância magnética, porém, parece não haver risco nem contraindicação, só benefícios.
Em mais de 40 anos morando na Zona Sul do Rio, estas últimas semanas foram as primeiras em que evitei caminhar no calçadão de Ipanema sob o inclemente sol deste verão, como costumava fazer religiosamente. Pode não significar nada para os indicadores meteorológicos oficiais, mas para meu sistema térmico foi um marco, um triste e inédito acontecimento. Para piorar, havia o mau cheiro do mar e a má aparência de uma estranha espuma atribuída às algas e que, mesmo sem fazer mal à saúde, como alegaram as autoridades ambientais, enfeava a paisagem, com seu aspecto viscoso e sua cor amarelada. Pena dos turistas nacionais e estrangeiros que vieram pelas praias.
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