CORREIO BRAZILIENSE - 17/10
Tudo que fica depois de uma ação dos black blocs é um rastro de destruição e violência sem contribuição alguma para a sociedade. Os mascarados vestidos de preto são a antítese dos movimentos sociais que tomaram as ruas do país, em junho, com pautas de reivindicações dispersas, mas claras nos protestos contra governantes de todas as esferas e níveis de poder e a favor da melhoria dos serviços públicos. Já os vândalos, inicialmente identificados como anticapitalistas - pelos ataques insanos a instituições bancárias e a destacadas multinacionais -, nem essa ideologia são capazes de sustentar, pois não poupam sequer orelhões, placas de sinalização e o transporte público.
Na terça-feira, Dia do Professor, os black blocs deram uma aula de incivilidade. A categoria mobilizou-se em pelo menos 15 unidades da Federação, em mais uma tentativa de se fazer ouvir pelas autoridades. No dia seguinte, contudo, as manchetes dos principais jornais do país, incluindo a do Correio, destacavam cenas de guerra nas duas maiores metrópoles brasileiras. Pela primeira vez, houve até ferido a bala. Um manifestante de 18 anos foi atingido nos dois antebraços, quando os professores já se dispersavam, no Centro do Rio de Janeiro. A origem dos disparos está sob investigação, que precisa ir às últimas consequências, com a identificação do responsável ou dos responsáveis. Afinal, poderia ter havido uma tragédia, ainda mais que pelo menos 13 balas foram recolhidas nas ruas.
Contudo, mesmo sem arma de fogo, o cenário indicava o caos. De um lado, arruaceiros armados com pedras, paus e coquetéis molotov; de outro, policiais munidos de bombas de efeito moral e cassetetes; no meio, professores, alguns com filhos. Tudo isso entre prédios públicos de valor histórico inestimável para o país, como a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional de Belas Artes e o Theatro Municipal. A julgar pelos ingredientes do confronto, de fato, ficou barato não ter ocorrido o pior, o que, em hipótese alguma, tira a gravidade dos acontecimentos. Ou vamos passar a aceitar passivamente que o poder público seja acuado por um bando de encapuzados e o direito à livre manifestação reste prejudicado pela ação intimidatória de vândalos?
Cabe aos órgãos de segurança pública deter a sede predatória do grupo. É incompreensível que pessoas sabidamente dispostas a promover quebra-quebra circulem uniformizadas - pois vestidas de preto e usando capuzes - e impunes, embora armadas de pedras, paus e até bombas caseiras. A polícia não pode ficar na defensiva, esperando a destruição do patrimônio, a provocação desmesurada à repressão. São Paulo e Rio iniciaram uma caçada a eventuais lideranças, o que é louvável. Mas urge agir preventivamente nas manifestações, identificando e isolando baderneiros, de forma a desmobilizá-los. Não se trata de criminalizar os black blocs, cuja bandeira é uma incógnita, mas de impedir que cometam crimes.
Na terça-feira, Dia do Professor, os black blocs deram uma aula de incivilidade. A categoria mobilizou-se em pelo menos 15 unidades da Federação, em mais uma tentativa de se fazer ouvir pelas autoridades. No dia seguinte, contudo, as manchetes dos principais jornais do país, incluindo a do Correio, destacavam cenas de guerra nas duas maiores metrópoles brasileiras. Pela primeira vez, houve até ferido a bala. Um manifestante de 18 anos foi atingido nos dois antebraços, quando os professores já se dispersavam, no Centro do Rio de Janeiro. A origem dos disparos está sob investigação, que precisa ir às últimas consequências, com a identificação do responsável ou dos responsáveis. Afinal, poderia ter havido uma tragédia, ainda mais que pelo menos 13 balas foram recolhidas nas ruas.
Contudo, mesmo sem arma de fogo, o cenário indicava o caos. De um lado, arruaceiros armados com pedras, paus e coquetéis molotov; de outro, policiais munidos de bombas de efeito moral e cassetetes; no meio, professores, alguns com filhos. Tudo isso entre prédios públicos de valor histórico inestimável para o país, como a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional de Belas Artes e o Theatro Municipal. A julgar pelos ingredientes do confronto, de fato, ficou barato não ter ocorrido o pior, o que, em hipótese alguma, tira a gravidade dos acontecimentos. Ou vamos passar a aceitar passivamente que o poder público seja acuado por um bando de encapuzados e o direito à livre manifestação reste prejudicado pela ação intimidatória de vândalos?
Cabe aos órgãos de segurança pública deter a sede predatória do grupo. É incompreensível que pessoas sabidamente dispostas a promover quebra-quebra circulem uniformizadas - pois vestidas de preto e usando capuzes - e impunes, embora armadas de pedras, paus e até bombas caseiras. A polícia não pode ficar na defensiva, esperando a destruição do patrimônio, a provocação desmesurada à repressão. São Paulo e Rio iniciaram uma caçada a eventuais lideranças, o que é louvável. Mas urge agir preventivamente nas manifestações, identificando e isolando baderneiros, de forma a desmobilizá-los. Não se trata de criminalizar os black blocs, cuja bandeira é uma incógnita, mas de impedir que cometam crimes.
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