O GLOBO - 17/10
O Brasil está estagnado no terceiro trimestre e o PIB deve ser o pior do ano. Isso foi reforçado pelo dado divulgado ontem pelo Banco Central, de crescimento de apenas 0,08% em agosto. Mas o mercado de trabalho permanece dando boas notícias e o comércio surpreendeu com um dado mais positivo do que o esperado. A distância entre indústria e varejo aumenta.
O índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de agosto surpreendeu negativamente. O mercado esperava em tomo de 0,2%. Aumentou o risco de não haver crescimento no terceiro trimestre. Em julho, o dado do BC caiu. Já o comércio surpreendeu positivamente, mas em parte isso é resultado dos incentivos à compra de eletrodomésticos através do programa Minha Casa Melhor.
A sexta alta consecutiva do comércio é positiva, mas o mau desempenho da indústria mostra que o país continua crescendo puxado pelo consumo. O gráfico abaixo, elaborado pelo Banco ABC Brasil, mostra que o setor industrial está há três anos andando de lado e o consumo continua em alta. A distância entre os dois está aumentando, em termos absolutos.
Vários indicadores sobre o terceiro trimestre não estão bons. A indústria caiu 2,5% em julho e ficou estagnada em agosto. O IBC-Br caiu 0,33% em julho e subiu 0,08% em agosto. Só o varejo cresceu: 2,1% e 0,9%.
O Minha Casa Melhor tem o mérito de facilitar a compra de eletrodomésticos e móveis para equipar as casas das famílias de baixa renda. Mas o programa foi implementado de forma a aumentar muito a exposição da Caixa Econômica. O "Estado de S. Paulo" publicou recentemente relatórios internos do banco alertando que há risco de 50% de inadimplência em algumas faixas de renda. As perdas poderiam chegar a R$ 2,9 bilhões até 2016.
A inflação do terceiro trimestre, entre julho e setembro, foi baixa e isso levou o índice acumulado em 12 meses " para menos de 6% pela primeira vez no ano. O problema continua sendo a inflação reprimida nos preços administrados. Eles tiveram, em 12 meses, 1,27% de alta, enquanto os preços livres subiram 7,64%.
O varejo vai bem, mas a taxa em 12 meses do comércio mostra desaceleração. Em novembro de 2012, as vendas cresceram 8,6%. Em agosto, dado divulgado pelo IBGE na terça-feira, a alta foi de 5,1%. O Departamento de Estudos Econômicos do Bradesco estima que o ano fechará com crescimento de 4%.
O economista José Márcio Camargo, da Opus Gestão de Recursos, avalia que o PIB pode cair 0,5% ou ficar estagnado no terceiro trimestre. No quarto, o crescimento deve melhorar para uma alta de 0,5%. Com isso, o ano fecharia em tomo de 2,5%.
- Essa aceleração não continua no ano que vem, porque o Banco Central está subindo juros para combater a inflação. O aumento dos juros reais vai ter efeito sobre a atividade em 2014 - explicou o economista.
A decisão do BC americano de adiar a retirada dos estímulos monetários reduziu a pressão inflacionária que estava aumentando com a desvalorização do real. Mas o crescimento continua baixo e oscilante.
O índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de agosto surpreendeu negativamente. O mercado esperava em tomo de 0,2%. Aumentou o risco de não haver crescimento no terceiro trimestre. Em julho, o dado do BC caiu. Já o comércio surpreendeu positivamente, mas em parte isso é resultado dos incentivos à compra de eletrodomésticos através do programa Minha Casa Melhor.
A sexta alta consecutiva do comércio é positiva, mas o mau desempenho da indústria mostra que o país continua crescendo puxado pelo consumo. O gráfico abaixo, elaborado pelo Banco ABC Brasil, mostra que o setor industrial está há três anos andando de lado e o consumo continua em alta. A distância entre os dois está aumentando, em termos absolutos.
Vários indicadores sobre o terceiro trimestre não estão bons. A indústria caiu 2,5% em julho e ficou estagnada em agosto. O IBC-Br caiu 0,33% em julho e subiu 0,08% em agosto. Só o varejo cresceu: 2,1% e 0,9%.
O Minha Casa Melhor tem o mérito de facilitar a compra de eletrodomésticos e móveis para equipar as casas das famílias de baixa renda. Mas o programa foi implementado de forma a aumentar muito a exposição da Caixa Econômica. O "Estado de S. Paulo" publicou recentemente relatórios internos do banco alertando que há risco de 50% de inadimplência em algumas faixas de renda. As perdas poderiam chegar a R$ 2,9 bilhões até 2016.
A inflação do terceiro trimestre, entre julho e setembro, foi baixa e isso levou o índice acumulado em 12 meses " para menos de 6% pela primeira vez no ano. O problema continua sendo a inflação reprimida nos preços administrados. Eles tiveram, em 12 meses, 1,27% de alta, enquanto os preços livres subiram 7,64%.
O varejo vai bem, mas a taxa em 12 meses do comércio mostra desaceleração. Em novembro de 2012, as vendas cresceram 8,6%. Em agosto, dado divulgado pelo IBGE na terça-feira, a alta foi de 5,1%. O Departamento de Estudos Econômicos do Bradesco estima que o ano fechará com crescimento de 4%.
O economista José Márcio Camargo, da Opus Gestão de Recursos, avalia que o PIB pode cair 0,5% ou ficar estagnado no terceiro trimestre. No quarto, o crescimento deve melhorar para uma alta de 0,5%. Com isso, o ano fecharia em tomo de 2,5%.
- Essa aceleração não continua no ano que vem, porque o Banco Central está subindo juros para combater a inflação. O aumento dos juros reais vai ter efeito sobre a atividade em 2014 - explicou o economista.
A decisão do BC americano de adiar a retirada dos estímulos monetários reduziu a pressão inflacionária que estava aumentando com a desvalorização do real. Mas o crescimento continua baixo e oscilante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário