FOLHA DE SP - 29/08
Parecem restar poucas dúvidas de que foi enfim debelada a onda de violência que atingiu o Estado de São Paulo a partir de meados do ano passado.
De agosto de 2012 a março de 2013, foram oito meses consecutivos em que as taxas de homicídio doloso (com intenção de matar) subiram em relação ao mesmo período do ano anterior.
Em abril, a sequência nefasta foi interrompida, mas não era possível concluir, com base no registro de apenas 30 dias, se a população paulista via-se diante de uma simples trégua ou se esse tipo de crime voltava ao seu patamar --em São Paulo, a taxa de assassinatos mantém-se próxima de 11 por 100 mil habitantes, abaixo da média nacional, de 27,1 por 100 mil, segundo estudos recentes.
Os dados positivos repetiram-se em maio, junho e, agora se sabe, também em julho. São quatro meses seguidos de queda na violência, aos quais se somam janeiro, fevereiro e março, quando ainda houve crescimento do número de assassinatos, mas em proporções bem menores que as verificadas no final de 2012.
Tem razão, portanto, o secretário da Segurança, Fernando Grella Vieira, ao afirmar que o segundo semestre do ano passado foi atípico. O enfrentamento prolongado entre policiais militares e criminosos organizados resultou em uma disparada dos índices de assassinatos em todo o Estado.
O próprio Grella chegou ao cargo em novembro, em meio à crise, para tentar reparar os danos e recuperar a confiança na polícia.
O secretário sabe, no entanto, que ele precisará, a partir de agora, enfrentar outro problema de sua área. Se os homicídios estão em queda, os roubos estão em alta.
Em julho, na comparação com o mesmo mês de 2012, houve elevação de 14,5% no índice de roubos no Estado --de 20.052 casos para 22.954. Tanto pior, em junho já havia sido registrado aumento de 9%.
Trata-se de uma contradição, e o governo do Estado precisará não só explicá-la como envidar esforços para que a segurança pública melhore em todas as suas dimensões.
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