ZERO HORA - 15/11
A paixão é perecível, o amor é inesquecível.
O amor é imorredouro, a paixão é passageira.
Mas, enquanto vigorosa, a paixão é avassaladora.
Pois é a paixão que constrói o mundo.
No meu dicionário, paixão e entusiasmo são sinônimos.
Foi por paixão a Amitis, a mulher preferida de Nabucodonosor II, o rei da Babilônia, que ele mandou erguer os Jardins Suspensos, tentando recriar o ambiente da Média, de onde aquela mulher objeto da sua paixão provinha.
Ele tinha um harém e ela era sua favorita.
A paixão, portanto, foi responsável por uma das sete maravilhas do mundo.
Sendo assim, o que diferencia o amor da paixão é que o amor é para sempre, a paixão se esvai na efemeridade.
Nenhum amor, por mais profundo que seja, é mais intenso e arrebatador que uma paixão.
O amor acalma, a paixão enlouquece.
Foi por paixão a Cleópatra, que Marco Antônio perdeu a guerra e a vida.
A paixão transtorna a mente, o amor a sereniza.
O amor nasce de um estudo recíproco e de uma convivência.
A paixão irrompe de repente e incendeia o coração.
O amor torna o homem comedido, meticuloso. A paixão torna o homem delirante.
Há homens e mulheres que sentem paixão e amor ao mesmo tempo por seus parceiros.
E, com o passar da relação, muitas vezes morre a paixão e permanece o amor, por isso tantas relações perduram quase que inexplicavelmente.
E há casos excepcionais em que o amor sobrevindo em meio à paixão a extingue e sobrevive em sua substituição.
É perigoso apaixonar-se por alguém. E é arriscado ter paixão por qualquer causa. Mas em ambas as hipóteses vale a pena.
Porque não há nada mais delicioso que uma paixão, nem o amor.
Porque a maior razão e meta de uma pessoa tem de ser na vida a paixão.
Nem que dure apenas um dia.
A paixão é à primeira vista, o amor vai até a última vista.
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