quarta-feira, outubro 24, 2012
Patrícios são os outros! - TUTTY VASQUES
O Estado de S.Paulo - 24/10
Criado no convívio de avó nascida na "terrinha", cresci achando que sotaque português não tivesse cura. Dona Deolinda, de quem herdei o bordão "ô, raça!", não negava a própria nem para dar "bom dia" 40 anos depois de desembarcada no Brasil. A fala e o bigode sempre foram registros marcantes de sua identidade lusitana.
Eu, menino, ouvia a pronúncia dela como uma espécie de carimbo de origem na língua. Algo tão indelével quanto o gosto pelo bacalhau. Nada grave, imaginava! Pois se até o dono da padaria e o cantor Roberto Leal falavam daquele jeito...
Ano passado, quando a TV Globo apresentou o galã português Ricardo Pereira sem sotaque nenhum na novela Aquele Beijo, pensei estar diante de um talento único para a coisa, mas dia desses reparei que Paulo Rocha, outro artista trazido do Além-Mar pela emissora, livrou-se por completo de seus hábitos fonéticos para atuar em Guerra dos Sexos.
Ainda bem que vovó Deolinda não viveu o suficiente para testemunhar o que pode ser o início do processo de extinção do sotaque de sua gente.
A fonoaudióloga que preparou os patrícios para as novelas logo vai se dar conta de que ficará rica se abrir um cursinho em Lisboa!
Mal comparando
Depois do último debate entre os candidatos à Casa Branca sobre política externa americana, a rejeição a Mitt Romney no Irã superou a de José Serra em São Paulo.
Le petit Sarkô
A passagem de Nicolas Sarkozy pelo Palácio do Planalto veio a calhar no momento em que Dilma Rousseff estava sendo criticada pela oposição por fazer "clara alusão preconceituosa à estatura física" de ACM Neto no último comício do PT em Salvador. O ex-presidente francês não faria visita de cortesia a alguém que tem bronca de baixinhos.
Repara só!
É impressionante como o trânsito é tema absolutamente secundário no debate político que se trava em São Paulo. Os candidatos, pelo visto, ainda não se deram conta de que tem muito mais eleitor engarrafado do que indeciso.
Let's go
A julgar pelo número de vistos de turismo emitidos mundo afora pelos consulados americanos em 2011, a nova classe média brasileira já cresce mais que a da China.
Michelle ma belle
Deu a lógica no último dos três debates na corrida eleitoral americana: Obama, enfim, venceu a negra com Mitt Romney, mas, que ninguém se iluda, em casa ele apanha dela quase todo dia! Com o maior prazer!
Tem coisa pior
Pippa Middleton, a fabulosa primeira cunhada da família real britânica, escreveu em livro sobre sua experiência à frente de uma empresa promotora de festas que "é assombroso ser famosa por causa de sua irmã, de seu cunhado e de seu bumbum"! Reclama de barriga cheia! A brasileira Nicole Bahls, por exemplo, nem irmã ou cunhado famosos tem!
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