quarta-feira, outubro 24, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 24/10


Empresas privadas não poderão mais construir portos onde quiserem
As empresas privadas não terão mais liberdade de construir portos onde bem entendem. Essa é a principal medida definida pelo governo para o pacote do setor portuário, que visa elevar a competitividade na área e será anunciado após a eleição municipal.

Hoje, para conseguir uma autorização para a instalação de um porto privado, a empresa apresenta requisição à Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviário). Se a companhia entrega toda a documentação exigida, a agência não pode negar o pedido.

A regra mudará. O governo poderá negar a autorização do novo porto se considerar que o projeto não está apropriado ao planejamento estratégico do setor.

O objetivo é evitar problemas como os verificados no Rio, onde a falta de planejamento criou superoferta de portos de minério de ferro.

O governo também quer por fim às dúvidas envolvendo limites da carga de terceiros que podem ser transportados por portos privados, estabelecendo regras mais claras.

Pelas normas em vigor, os portos públicos, quase todos da União, dividem sua área em terminais por tipo específico de carga, licitando-os a operadores portuários privados explorarem o negócio. Eles são obrigados a movimentar qualquer carga, com tarifa regulada.

Já os privados são autorizados a transportar, prioritariamente, cargas próprias, com tarifa livre e sem obrigação de armazenar qualquer carga. Não há definição exata, porém, sobre o limite de transporte de carga de terceiros.

A indefinição atual criou cabo de guerra entre operadores de portos públicos e donos de privados. Há terminais privados que transportam dez vezes mais que a carga do proprietário, o que operadores públicos consideram ilegal.

Outro problema é a "favelização" dos portos -divisão em pequenos terminais. Isso faz com que a operação perca ganho de escala, tornando o custo pouco competitivo. A ideia é, aos poucos, elevar o tamanho dos terminais.

MARÉ NO PORTO
Há no setor expectativa de que as medidas possam reduzir o custo das operações portuárias no Brasil. O presidente da Abdib (associação de indústria de base), Paulo Godoy, reclama que o custo de transporte de contêiner no Brasil é de US$ 400, contra US$ 100 em outros países.

Mauro Salgado, presidente da Fenop (federação de operadores portuários), pondera que o preço final ao exportador varia no mundo e pode passar de US$ 700.

Ele lembra que as despesas dos exportadores são pagas aos donos dos navios, e não aos portos, para quem a remuneração teria caído.

"O valor pago pelos armadores aos operadores portuários em Santos caiu de US$ 700 em 1995 para R$ 280 este ano", afirmou Salgado.

O pacote também prevê concessão para construção e operação de três novos portos: Manaus (AM), Vitória (ES) e Ilhéus (BA). Os investimentos são estimados em R$ 5 bilhões. No total, o investimento previsto pelo setor portuário hoje é de R$ 40 bilhões -o governo ainda avalia se a cifra é sólida para anunciar o valor com as medidas.

Sobre as administradoras dos portos públicos, a Companhias Docas, o governo pretende iniciar processos para profissionalizar a gestão e retirar parte de suas atuais atribuições.

EXCLUSIVIDADE NO BRASIL
A Louis Vuitton abre amanhã sua primeira loja no Brasil que venderá roupas masculinas.

A unidade, no shopping Cidade Jardim, em São Paulo, será uma "Global Store" -como a empresa chama as lojas que possuem todas as categorias de produtos, desde joias até malas de viagem, passando por livros e roupas.

A marca está expandindo seus negócios no país e, até o final do ano, abrirá sua segunda unidade no Rio de Janeiro. Em 2013, irá inaugurar a primeira em Curitiba.

"O Brasil está se tornando um mercado mais sofisticado. Nossos clientes brasileiros costumam comprar nas lojas Louis Vuitton de outros países, e sentimos que agora é o momento de retribuir", diz o presidente da empresa para América Latina e África do Sul, François Rosset.

A companhia também encomendou aos designers brasileiros irmãos Campana a criação de uma "cabinet de voyage" portátil.

Foram fabricadas apenas 12 unidades do modelo, batizado de Maracatu. A nova butique da marca receberá uma dessas peças.

A loja do Cidade Jardim será ainda uma, das onze do mundo, a oferecer serviço de customização de bolsas.

MARCAS NA LEMBRANÇA
O Prêmio Folha Top of Mind anunciará hoje as marcas mais lembradas em 50 categorias -nove delas inéditas-, de acordo com pesquisa Datafolha feita em 162 municípios de todo o país.

Principal e mais importante premiação de lembrança de marca do Brasil, a cerimônia será realizada hoje, a partir das 19h30, no HSBC Brasil, em Santo Amaro (zona sul de São Paulo).

A revista comemorativa de 22 anos da publicação Folha Top of Mind, com o resultado completo das vencedoras, circulará gratuitamente encartada à Folha de amanhã.

CRESCIMENTO EM REDE
Empresas que usam a internet como canal de vendas e para se relacionar com clientes e fornecedores crescem mais, de acordo com um levantamento do BCG (Boston Consulting Group).

O estudo, feito com mais de 15 mil empresas com até 250 funcionários, revela que, em 11 países do G-20, aquelas que adotaram a internet como ferramenta cresceram em média 22% mais nos últimos três anos do que as companhias que não o fizeram.

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