FOLHA DE SP - 22/08
Lançamento de remédios deve cair após greve
Além do receio de desabastecimento, a greve da Anvisa provocou na indústria farmacêutica o temor de que sejam prejudicados os novos produtos que estavam programados para serem lançados no ano que vem.
Os registros de 1.600 novos itens farmacêuticos ou remédios que necessitam ser revalidados pelo órgão estão parados, de acordo com o Grupo Farma Brasil, entidade que representa laboratórios de capital nacional.
Os mais afetados são os itens de cópia, como similares e genéricos, segundo Reginaldo Arcuri, presidente da associação. "Reconhecemos o esforço do governo e da Justiça em manter a importação para a produção atual. Mas todo o planejamento das empresas para 2013 e 2014 está prejudicado", diz.
Os lançamentos de produtos podem ser atrasados em mais de um ano devido à paralisia das etapas de aprovação, segundo Arcuri.
"Cada pequeno passo para a aprovação e a fabricação de um medicamento precisa passar pela Anvisa. Envolve desde a autorização para elaboração do projeto até as pesquisas clínicas e testes de bioequivalência. O órgão analisa todos os documentos."
O valor de mercado estimado dos produtos que estão com registro atrasado devido à greve gira em torno de R$ 4 bilhões, diz a Farma Brasil.
"O número de lançamentos deve cair em 2013."
EUFORIA E DECEPÇÃO
"Nos primeiros anos da República no Brasil, o velho paradigma de euforia seguida de decepção já estava lá. Grandes esperanças frustradas e a ideia de que nosso projeto [de país] era para o futuro também."
A afirmação é de Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e sócio da Rio Bravo, acerca do período histórico a que se dedicou no livro "A abertura para o mundo: 1889-1930".
Franco escreveu com o historiador Luiz Aranha Corrêa do Lago o capítulo sobre economia do terceiro volume da coleção História do Brasil Nação (Fundación Mapfre/Ed.Objetiva), dirigida por Lilia Schwarcz, que será lançado amanhã no Rio.
A Primeira República começou com grandes expectativas, mas passados dez anos tudo voltou a ser como antes, com o Brasil governado por oligarquias e coronéis, diz.
"O crescimento médio foi de 0,3%, em tese, apesar dos sinais de vitalidade nas áreas de cultura e política. A distância entre o país e os EUA e a Argentina só se ampliou."
E atualmente, vê-se euforia ou decepção?
"Vemos agora sintomas de grandes sonhos não realizados. Como dizia Churchill, vamos fazer a coisa certa, mas não antes de experimentar todas as outras alternativas."
PAPEL PARADO
O setor de celulose e papel registrou queda de 6% na receita de exportação de janeiro a julho deste ano na comparação com igual período período de 2011.
O número ficou em cerca de R$ 7,87 bilhões neste ano, segundo levantamento da Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel).
Em volume, houve alta de 0,7%, para 6 milhões de toneladas de celulose e papel exportados.
O cenário para o segundo semestre ainda é preocupante, de acordo com a entidade, porque a indústria de celulose e papel do Brasil está fortemente amparada nas exportações.
6% foi a queda registrada na receita das exportações entre janeiro e julho da indústria de celulose e papel
R$ 7,87 bilhões foi o total registrado durante o período
0,7% foi o crescimento dos negócios em volume
6 milhões de toneladas de celulose e papel foram exportados pelo setor nos primeiros
sete meses do ano
NUVEM BRASILEIRA
A Salesforce planeja um datacenter no país. A companhia é uma das maiores do mundo operando na nuvem (prestadora de serviços executados por softwares que os clientes não precisam baixa).
Enrique Perezyera, presidente da empresa para América Latina, não fixa prazo. Por ora, o armazenando dos programas continua nos EUA.
A Salesforce passou de 400 empresas atendidas para 1.500 em 2011 -metade dos clientes latinos. "O Brasil é nosso primeiro mercado na América Latina. No mundo está à frente de Índia e China."
Para ele, a internet força as empresas de software a encararem transição igual à substituição dos grandes computadores pelos PCs nos anos 80 -da época, só a IBM está viva. "A maior empresa de nuvem ainda não surgiu e hoje é provavelmente uma start-up."
ISENÇÃO NA FARMÁCIA
A possibilidade de o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) conceder a isenção de ICMS a medicamentos distribuídos pelo programa Farmácia Popular deve ajudar a atender a demanda reprimida do setor, segundo a presidente da Pró Genéricos, Telma Salles.
Um dos pleitos da indústria é a redução de tributos no mercado de medicamentos em geral, mas a medida é vista como avanço.
"Se isso de fato ocorrer, é muito bem-vindo para a população ampliar o acesso a outros medicamentos", diz.
"Disponibilizar remédios para a população aumenta as possibilidades de cura, o que desonera o sistema público de saúde", completa.
NÚMEROS
15% é o crescimento esperado do montante que as empresas do mercado de seguros, previdência privada e capitalização devem retornar aos clientes neste ano
16% foi o aumento em 2011
Contratação... A Oi informa que irá contratar cerca de 600 funcionários para atuar em 50 novas lojas próprias que serão inauguradas nos próximos dois meses.
...telefônica Desde o final do ano passado, a companhia tem trabalhado também por meio de pontos de venda próprios. Atualmente são mais de 85 lojas próprias distribuídas pelo país, de acordo com a empresa.
Retorno... O montante que as empresas do mercado de seguros, previdência privada e capitalização devem retornar aos clientes vai crescer 15% neste ano, de acordo com projeções da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras).
...seguro No ano passado, o volume foi de R$ 62,85 bilhões, um aumento de 16% na comparação com o resultado do ano anterior.
Portos A Libra Terminais assinará hoje a compra do sistema de automação portuária da companhia israelense HTS. Com a ferramenta, o registro da entrada de caminhões nos terminais será eletrônico.
Corporativos Cerca de 32% dos funcionários brasileiros recebem benefícios do Programa de Alimentação do Trabalhador e 7% de convênios com desconto em folha segundo a Boanerges & Cia.
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