FOLHA DE SP - 01/08
BRASÍLIA - Daqui a alguns dias, começa a propaganda eleitoral em rádio e TV. Enquanto isso, repete-se a novela antiga de partidos reclama rem da pouca exposição que têm na mídia eletrônica.
Ocorre que são os políticos que fizeram a lei eleitoral na qual sobrevive todo tipo de anomalia -inclusive a forma como deve ser a cobertura jornalística quando há disputa de cargos públicos.
Só para lembrar, o Brasil deve ser o único país na galáxia no qual os políticos precisam fingir que não são candidatos até o fim de junho do ano eleitoral, época em que podem rasgar a fantasia e dizer o que realmente pretendem.
Por outro lado, como a multa para quem desrespeita a regra tem sido de R$ 5.000, muitos assumem o risco. Sem medo de ser feliz, Lula e Fernando Haddad, o candidato petista a prefeito de São Paulo, estiveram no programa do Ratinho fora do prazo legal. E daí? Daí, nada.
Quem criou esses prazos rígidos e esdrúxulos para a campanha eleitoral no Brasil foram os generais ditadores. Veio a democracia e as coisas pioraram. Até meados da década de 90, a campanha em rádio e TV era de 60 dias. Hoje, dura 45 dias.
É compreensível que os políticos queiram aparecer nos telejornais, sobretudo nos da TV Globo, líder de audiência. A lei estabelece que as emissoras não podem "dar tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação". A rigor, Levy "aerotrem" Fidelix, o candidato nanico do PRTB a prefeito de São Paulo, teria de aparecer o mesmo número de segundos oferecidos aos que lideram as pesquisas. Não dá.
Todas as emissoras vão desrespeitar a lei e não darão muito tempo para o homem do aerotrem. As TVs estão certíssimas. Os partidos maiores não vão reclamar. Mas quem faria melhor ainda seriam os deputados e os senadores se atualizassem a lei eleitoral para eliminar de uma vez esses despautérios.
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