BRASÍLIA - Há três dados do Datafolha sobre a eleição em São Paulo que merecem um olhar bem atento, inclusive porque pesquisas, a esta altura do campeonato, têm menos conclusões e mais projeções.
Primeiro dado: sem a apresentação de nomes, 61% dos entrevistados ainda não têm candidato.
Segundo: Celso Russomanno (PRB), tecnicamente empatado com o favorito José Serra (PSDB), é o mais citado entre os simpatizantes do PT.
Terceiro: Fernando Haddad (PT) está pior entre os mais pobres e os menos escolarizados -que ainda não sabem quem são os candidatos e os seus padrinhos.
Como diz Mauro Paulino, do Datafolha, à medida que souberem quem é quem na campanha, os simpatizantes petistas tenderão a migrar de Russomanno para Haddad, candidato de Lula e Dilma. É provável que os pobres e menos escolarizados preferissem Marta Suplicy, mas, se ela não ajuda, não pode atrapalhar o petista.
O momento-chave para a definição da eleição é o horário gratuito na TV e no rádio, mas não só. Contam também debates, entrevistas, reportagens e estruturas de campanha. Serra tem Alckmin, Haddad tem Lula, e ambos dispõem de partidos consolidados, marqueteiros muito experientes e um leque maior de alianças, além de cerca de sete minutos cada um na TV.
Há, porém, uma incógnita: o desempenho do candidato. Russomanno tem condições objetivas bem mais desfavoráveis e terá só dois minutos, mas a TV é seu ponto forte.
Serra tem de reduzir seu alto índice de rejeição, Haddad precisa ser conhecido e colado à imagem de Lula e Russomanno tem o desafio de traduzir para a política o seu sucesso no programa "Aqui, Agora". Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Senão, seu segundo lugar será um "voo de galinha" -acaba rápido.
A boa aposta, até pelo precedente das três últimas eleições, ainda é um segundo turno entre PSDB e PT.
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