FOLHA DE SP - 24/07
O petista gostaria de contar com doses mais regulares e substanciais de "vitamina L", de Lula, para começar a superar a tibieza de seus 7% de intenção de votos. Mas não está claro em que medida o ex-presidente, ainda em recuperação depois do tratamento de câncer, poderá ser uma presença constante e vigorosa ao seu lado no palanque e na TV.
Dilma Rousseff, que tem menor poder de catapultar votos em São Paulo do que Lula, também ainda não definiu de que forma ajudará. Se em Belo Horizonte sua participação será grande, na eleição paulistana ela não poderá ser incisiva no apoio ao petista para não melindrar o vice-presidente, Michel Temer, e seu candidato, Gabriel Chalita (PMDB).
Serra enfrenta outro dilema. Na liderança com 30% das intenções de votos, segundo o Datafolha, a prudência mandaria não colar muito sua imagem à do prefeito Gilberto Kassab -antes afilhado que padrinho do tucano, mas que agora exerce influência na campanha e tem a máquina municipal sob seus cuidados.
Mas ainda que 72% dos entrevistados do Datafolha digam que não votariam em um candidato apoiado pelo prefeito, a intenção do QG serrista, por ora, é mostrar obras da gestão e prometer "avançar mais".
A aposta da campanha tucana é que, graças ao maior tempo de TV que os rivais, a propaganda ajudará a elevar a avaliação do prefeito. O problema é que a expectativa inicial dos serristas era que, na largada da TV, Kassab já estivesse em recuperação, com 40% de "ótimo/bom", o dobro do detectado pelo Datafolha.
Se o tucano ainda pode vir a optar por uma campanha descolada de Kassab, pois é o dono dos próprios votos, para o novato petista, cuja "lulodependência" torna a ida ao segundo turno incerta, essa possibilidade está simplesmente descartada.
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