FOLHA DE SP - 08/07
Aproveito a rumorosa separação de Tom Cruise [na representação ao lado] e Katie Holmes para discutir a cientologia, religião do ator que é apontada como motivo principal do divórcio.
A igreja foi fundada nos anos 50 por L. Ron Hubbard (1911-1986), que, antes de virar sacerdote, ganhava a vida escrevendo histórias de ficção científica. Por ser uma religião nova, ela pena para obter reconhecimento lega — e as vantagens fiscais que isso normalmente acarreta.
Teve sucesso nos EUA e em mais meia dúzia de países, mas encontrou dificuldades em nações como Alemanha, Bélgica, Canadá, França, Grécia e Reino Unido. Na Alemanha, quase teve suas atividades proibidas.
Não há dúvida de que a turma da cientologia acredita em maluquices e faz coisas estranhas. De acordo com documentos que vazaram para o público em procedimentos judiciais, a doutrina secreta da igreja sustenta que, 75 milhões de anos atrás, um ditador intergaláctico chamado Xenu trouxe a nosso planeta bilhões de extraterráqueos a bordo de aviões similares a um DC-8, perfilou-os ao lado de vulcões e os exterminou com bombas de hidrogênio.
Os cientólogos acreditam que a essência de muitos dos seres assassinados por Xenu continua a vagar na Terra, causando desequilíbrio mental nos seres humanos. Como o ditador foi auxiliado por psiquiatras em sua sanha homicida, esse ramo da medicina é rejeitado pelos fiéis.
A minha pergunta é se não estamos sendo preconceituosos em relação aos cientólogos apenas porque seu sistema de crenças é relativamente novo. Objetivamente, não há nada de menos razoável ou verossímil nas histórias envolvendo Xenu do que nas de pessoas sendo criadas por uma entidade superior a partir de barro ou de um pedaço de costela.
O que faz com que o primeiro grupo de crenças seja tratado com desconfiança e o segundo com respeitabilidade e reverência? Por mais que tente, não consigo ver uma diferença.
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