FOLHA DE SP - 10/07
RIO DE JANEIRO - Leitores perguntam por que me considero "cronista" -e não "colunista"- dos jornais e revistas que me aturam há alguns anos de atividade profissional.
Os manuais de Redação adotados em quase todos os veículos impressos consideram como "colunas" qualquer texto assinado, opinativo e periódico, apesar de aceitarem a distinção entre "colunista" e "articulista". Este é um convidado ou colaborador que oferece seu trabalho para publicação.
Independente da qualidade dos textos, a crônica é um gênero literário, seu espaço natural é o jornal, o livro, o rádio e até a televisão. João Saldanha, que era multimídia, sempre fazia crônica, mesmo quando escrevia para jornais. No mesmo caso estão Nelson Rodrigues, Janio de Freitas, Ruy Castro, José Simão e muitos outros.
Colunistas foram, no passado, Ibrahim Sued, Zózimo, Tavares de Miranda e outros que assinavam colunas fixas sobre pautas determinadas pelo editorial de cada veículo.
Há colunistas que cobrem política, polícia, sociedade, esportes, culinária, economia, teatro,cinema, música, artes plásticas etc. São opinativos e/ou informativos. Noticiam ou comentam fatos ou quase fatos, inclusive fofocas. Trabalham com equipes buscando as necessárias fontes. Editam o material recolhido pela equipe ou recebido diretamente de interessados.
O colunista de televisão não emitirá opinião ou informação sobre a crise do euro ou a demarcação de terras indígenas.
O colunista internacional não comentará nem noticiará a ida da Fátima Bernardes para outro programa ou a demissão de um delegado da Polícia Federal. Sem compromisso com qualquer assunto, um cronista, como mal me considero, poderá falar de tudo, inclusive da falta de assunto.
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