quinta-feira, maio 03, 2012

CLAUDIO HUMBERTO

“A partir de agora, é impossível preservar o sigilo”
Senador Álvaro Dias (PSDB-PR), sobre sigilo imposto pela Justiça à CPI do Cachoeira

LIVRO REVELA QUE DITADURA TEVE FORNOS CREMATÓRIOS

O livro Memórias de uma guerra suja (Top Books, Rio), dos jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto, vai mudar versões consolidadas de fatos da História recente, e dará relevância definitiva à Comissão da Verdade, no Congresso. Nele, há revelações bombásticas, como a existência, até hoje desconhecida, de fornos crematórios onde o regime militar dava sumiço a presos políticos mortos sob tortura ou em tiroteio.

FLEURY EXECUTADO

O livro revela que o temido delegado Sérgio Fleury não morreu acidentalmente: foi executado por colegas, como queima de arquivo.

CONFESSIONÁRIO

O ex-diretor do Dops-ES Cláudio Guerra, 71, que atuou no Rio, hoje evangélico, resolveu contar o que viu aos autores, capixabas como ele.

SEM MÁGOAS

Os autores de Memórias de uma guerra suja eram jovens e foram vítimas da repressão. Jornalistas bem-sucedidos, não têm mágoas.

MAIS UM BEST-SELLER

A editora carioca Top Books, uma das mais prestigiadas do País, é que vai lançar o livro de 291 páginas, de Rogério Medeiros e Marcelo Netto.

APÓS PRESSÃO DO PMDB, PT TENTA BLINDAR CABRAL

Surte efeito a ameaça do PMDB. O partido ameaçava arrolar de ministros do governo Dilma até o ex-presidente Lula, caso o governador do Rio, Sergio Cabral, fosse convocado para depor na CPI mista do Cachoeira. O relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), deve limitar inicialmente as investigações contra a Delta apenas aos negócios no centro-oeste, onde atuava o ex-diretor Claudio Abreu.

RELAÇÕES PERIGOSAS

Sergio Cabral entrou na berlinda após vir à tona sua relação de amizade, que ele não nega, com Fernando Cavendish, dono da Delta.

NOITES INDORMIDAS

O governador Sérgio Cabral diz que não tem conseguido dormir direito, desde a divulgação de imagens de suas noitadas com Cavendish.

TORNIQUETE VIRTUAL

O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) garante ter mais vídeos e fotos que constrangem o inimigo Sérgio Cabral. Vai soltá-los a conta-gotas.

AS DORES DE LUPI

O líder do PDT, André Figueiredo (CE), ainda não sabe se vai à posse de Brizola Neto como ministro do Trabalho. Ele diz que a bancada foi ignorada, mas a presidente Dilma ignorou foi o ex-ministro Carlos Lupi.

INDEPENDÊNCIA

Contrário à opinião da oposição, o senador tucano Cássio Cunha Lima (PB) defendeu, ontem, a convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a depor na CPI mista de Carlos Cachoeira.

FALTA EXPLICAR

O senador Fernando Collor (PTB-AL) e os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Silvio Costa (PTB-PE) querem Roberto Gurgel explicando por que o inquérito dormitou nas gavetas sem providências.

DADÁ JÁ FALOU

O ex-sargento Idalberto Nunes, o Dadá, araponga do bicheiro Carlos Cachoeira, já prestou depoimento na Operação Saint Michel, da Polícia Civil do DF. A investigação é uma sequência da Operação Monte Carlo. 

QUEM MANDA

Em meio ao samba do crioulo doido ontem, em reunião da CPI mista do Cachoeira, foi preciso o presidente Vital do Rêgo (PMDB-PB) subir o tom para colocar ordem na Casa: “Eu que comando aqui!”, bradou.

NANOFOFOQUEIRO

De megalonanico a fofoqueiro: o ministro Celso Amorim (Defesa) usa as redes sociais para espalhar boatos e maledicências contra a oposição, seus críticos e até contra ministros do Supremo Tribunal.

TURISMO DE POBRE

O governador gaúcho Tarso Genro (PT) passou o feriadão em Portugal a pretexto de “aumentar o número turistas portugueses” ao Estado. Se pagar a passagem e a estadia e ainda garantir o emprego, eles vêm.

PREVISÍVEL

Completou seis anos no dia 1º o golpe de R$ 2 bilhões que a Bolívia aplicou no Brasil, surrupiando-nos uma refinaria inteira. A aniversário foi marcado por novo afano, desta vez de investimento espanhóis.

É COISA NOSSA

O motorista iraniano da embaixada do Irã foi assaltado e baleado em Brasília. O Brasil poderá classificar o crime de “diferença cultural”. 


PODER SEM PUDOR

DEFUNTO ELEITOR

Quando fez campanha para deputado estadual no Rio Grande do Sul, em 1974, Elias Bainy adotou como estratégia percorrer velórios em Pelotas. Chegava de mansinho, com ar consternado, e cumprimentava os familiares do falecido. Um dia chegou atrasado a um velório, mas a tempo de segurar a alça do caixão. Reconheceu, ao lado, na outra alça, o irmão de um adversário, que, de tão triste, parecia conhecer o morto. Bainy cochichou:

– Quem é o finado ilustre?

O homem foi de uma sinceridade desconcertante:

– Não sei, mas a família é numerosa e quase todos têm idade de votar.

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