É remota a chance de a CPI comprovar, como é ideia do petista, parte das motivações que levaram ao mensalão
O motivo de Lula para o seu empenho por uma CPI de Carlinhos Cachoeira comprova, mais uma vez, o valor da sua intuição. Mas, daí a alcançar o final pretendido, é muito duvidoso.
O dispositivo montado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, é tão amplo e penetrante que não seria a imprensa a ficar esquecida. Como Lula intui, não há dúvida de que auxiliares e intermediários de Carlinhos Cachoeira sejam abastecedores de parte da imprensa, no ininterrupto noticiário de denúncias. Sobretudo muitas das denúncias contrárias ao governo Lula e, está convicto o ex-presidente, algumas delas sujeitas a terem sua origem desvendada pela CPI. Até aí, o menos duvidoso da intuição.
Duvidar das intuições de Lula é temerário, mas, daquele ponto em diante, inevitável. É muito remota a possibilidade de que a CPI consiga comprovar, no dispositivo de Carlinhos Cachoeira, como é ideia do ex-presidente, parte importante das motivações que levaram às denúncias e ao escândalo do mensalão.
Não propriamente porque tal presença fosse improvável. Mas pelas dificuldades, operacionais e políticas neste ano eleitoral, de levar uma CPI, já titubeante antes de existir, a investigar os temores do jogo diante do governo Lula. E as ações reativas que houvesse. Temores sobrecarregados, aliás, pela frustração das perspectivas destituídas no governo de Collor e dos colloridos como Roberto Jefferson.
A intuição de Lula, atribuindo ao círculo de Carlinhos Cachoeira o fornecimento de denúncias, faz a cúpula do PT julgar oportuno o seu projeto de conselho de comunicação, ou quais sejam seus outros nomes. A ocasião é muito imprópria, porém.
Primeiro, porque há notícias denunciantes de boa e de má-fé, e não cabe igualá-las para criar a oportunidade imaginada pela cúpula petista. Depois, porque se trata de assunto sério demais para ser tratado em meio a dias tumultuosos.
EMPREITEIRAS
O presidente Evo Morales suspendeu o contrato de seu governo com a empreiteira OAS, acusada de descumprimento -não o primeiro- dos termos contratados. O governo brasileiro interessou-se pelos problemas passados com empresas brasileiras no exterior, fazendo negociações em geral bem-sucedidas.
As contratações externas de empreiteiras brasileiras são cada vez mais numerosas. Ao Brasil não cabe, porém, agir como é a norma dos Estados Unidos, que saem em defesa do que é americano só por ser americano, o demais é secundário.
Assim como defende as empresas brasileiras, o Brasil deve verificar com segurança a ocorrência de erros e, encontrando-os, não há por que ajudá-las à custa de trabalhos e gastos cobertos com dinheiro público.
O ideal seria até a criação de multas no caso de mau serviço prestado ao conceito do Brasil.
ABUSO
Passa de cômica a insolente a exigência dos bancos de mais benesses para admitir a redução dos seus juros. Os bancos brasileiros são os mais lucrativos do Ocidente.
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