De vez em quando, questões complexas e nuançadas se convertem em palavras de ordem. Foi o que ocorreu com a automedicação, que, de uns anos para cá, se viu transformada em inimiga da saúde pública, inspirando uma série de decisões da Anvisa e subsequentes reações da indústria farmacêutica.
Foi nesse contexto que, em 2009, a agência sanitária baixou resolução obrigando as drogarias a tirar os medicamentos vendidos sem receita médica do alcance do freguês. Para obtê-los, o consumidor precisaria pedir o remédio a um balconista. A resposta dos laboratórios acaba de chegar na forma de lei estadual aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo que autoriza a volta desses medicamentos para as gôndolas.
Na mesma linha de combate à automedicação se inscrevem outras decisões da Anvisa, como a de exigir prescrição para a compra de antibióticos e a de proibir a venda de produtos como refrigerantes em farmácias.
O importante aqui não é definir o que pode e o que não pode. É possível produzir boas justificativas técnicas para quase todas as posições. De resto, os efeitos dessas medidas são mais relevantes para as disputas entre os diferentes segmentos da indústria do que para o consumidor. Só o que não faz sentido é demonizar a automedicação que, em algum grau, é um fenômeno desejável. A OMS, por exemplo, a descreve como "necessária" e com função complementar a todo sistema de saúde.
De fato, a última coisa de que o SUS precisa é agregar às filas dos serviços médicos todos os portadores de quadros virais menores e dores de cabeça do país. A esmagadora maioria das moléstias que acometem a humanidade passa sozinha, não exigindo mais do que o alívio dos sintomas.
O desafio é encontrar o ponto ótimo que não onere o SUS com consultas desnecessárias nem incentive aventuras muito ousadas na automedicação. Descrevê-la como vilã não é o melhor caminho.
Foi nesse contexto que, em 2009, a agência sanitária baixou resolução obrigando as drogarias a tirar os medicamentos vendidos sem receita médica do alcance do freguês. Para obtê-los, o consumidor precisaria pedir o remédio a um balconista. A resposta dos laboratórios acaba de chegar na forma de lei estadual aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo que autoriza a volta desses medicamentos para as gôndolas.
Na mesma linha de combate à automedicação se inscrevem outras decisões da Anvisa, como a de exigir prescrição para a compra de antibióticos e a de proibir a venda de produtos como refrigerantes em farmácias.
O importante aqui não é definir o que pode e o que não pode. É possível produzir boas justificativas técnicas para quase todas as posições. De resto, os efeitos dessas medidas são mais relevantes para as disputas entre os diferentes segmentos da indústria do que para o consumidor. Só o que não faz sentido é demonizar a automedicação que, em algum grau, é um fenômeno desejável. A OMS, por exemplo, a descreve como "necessária" e com função complementar a todo sistema de saúde.
De fato, a última coisa de que o SUS precisa é agregar às filas dos serviços médicos todos os portadores de quadros virais menores e dores de cabeça do país. A esmagadora maioria das moléstias que acometem a humanidade passa sozinha, não exigindo mais do que o alívio dos sintomas.
O desafio é encontrar o ponto ótimo que não onere o SUS com consultas desnecessárias nem incentive aventuras muito ousadas na automedicação. Descrevê-la como vilã não é o melhor caminho.
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