FOLHA DE SP -06/03/12
BRASÍLIA - Dias depois de a Força Aérea dos EUA suspender um negócio formidável com a Embraer, o embaixador Thomas Shannon, sua antecessora Donna Hrinak, agora presidente da Boeing Brasil, e dois altos executivos da Boeing internacional disseram a jornalistas ontem em Brasília que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Uma é o feito e a desfeita da Força Aérea, que, segundo Shannon, "vai ser refeita". Outra é o que realmente interessa ao governo, ao Congresso, à Boeing e a dezenas de empresas dos EUA: a venda de caças para renovar a frota da FAB. Um negócio de ouro para eles.
Segundo Shannon e Hrinak, ambos em muito bom português, o mais importante é a parceria cada vez mais sólida e madura entre os EUA e o Brasil na área de defesa, o intercâmbio tecnológico, os investimentos da Boeing em pesquisa e tecnologia em universidades brasileiras. Saia ou não a venda dos caças F-18, tudo isso será mantido tal como está. Palavra de diplomatas.
A expectativa é a de que o anúncio do governo brasileiro seja ainda neste semestre, depois de mais de dez anos de indecisão. Além do escritório em São Paulo, a Boeing está abrindo outro em Brasília.
Bem-humorada, Hrinak afirmou que sua vinda para o Brasil, pela Boeing, não está atrelada à venda dos caças e que, independentemente do resultado, pretende ficar um bom tempo por aqui: "Meu marido me mataria se eu dissesse que iria voltar depois de poucos meses...".
Shannon, também sorridente, disse que a demora na escolha do vencedor (concorrem com o F-18 o Gripen NG sueco e o Rafale francês) não tem importância: "É melhor tomar o máximo de tempo e chegar à decisão mais adequada".
Além da turma da reserva, Dilma e Amorim que se preparem para a volta de outra pressão: EUA, França e Suécia também estão fechando o cerco. A pressão voltou com tudo.
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