FOLHA DE SP - 11/01/12
Centenas de milhares de pessoas circulam nessa região. Nas redondezas, ainda ficam o Brás (e a feirinha da madrugada) e vários terminais de ônibus.
O poder público despejou milhões de reais nas últimas décadas para revitalizar o entorno do parque Dom Pedro. Transformação do Palácio das Indústrias em prefeitura (Erundina), depois em Fundação Catavento (Serra); reforma do Mercado Municipal (Marta); implosão do São Vito (Kassab); e transformação da antiga Casa das Retortas em Museu da História de São Paulo (Serra-Alckmin).
Tente ir a pé da estação de ônibus ao Mercado ou ao Catavento. Todos estão de costas uns para os outros. Isolados. Separados por seis viadutos. Terminais de ônibus e estação final do Expresso Tiradentes, o fura-fila (Maluf-Pitta), não são interligados -e pobres dos passageiros que precisem fazer alguma baldeação.
O que sobrou do parque Dom Pedro é um campinho de futebol em ruínas. Grades para todos os lados. A única passagem para pedestres é chamada de "faixa de Gaza".
O cliente dessas obras, o poder público, permitiu que assim fosse. A construção de espaço público convidativo é a última das prioridades.
Existe um projeto belíssimo para a área, feito por um grande time de arquitetos e urbanistas (Regina Meyer, Marta Grostein, escritório Una, entre outros), que junta metrô, ônibus e fura-fila em um único terminal; que ressuscita parte do rio Tamanduateí em um lago; que ergue um Sesc e um Senac sobre os escombros do São Vito; e abre espaço para a construção de edifícios residenciais, que deixariam a área menos lúgubre à noite e aos finais de semana.
Muito melhor que a encalhada Nova Luz. Mas dá para imaginar algum dos pré-candidatos a prefeito conseguindo tirá-lo do papel?
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