FOLHA DE SP - 11/01/12
FÁBIO ZAMBELI (interino)
Mesmo que não prospere, o aceno de Gilberto Kassab ao PT serviu para elevar a beligerância entre os grupos de Geraldo Alckmin e José Serra no PSDB, tendo como pano de fundo a eleição paulistana. Serristas como Alberto Goldman e Aloysio Nunes deploram a preferência do governador por neoaliados, sobretudo Paulo Maluf (PP) e Paulinho (PDT), em detrimento do alinhamento "natural" com o prefeito. Sustentam que Alckmin, em resposta ao boicote sofrido em 2008, age para isolar o PSD em sua estreia nas urnas. De quebra, pressiona Serra a entrar em campo para juntar os cacos da aliança e perseguir a polarização com o PT.
In pectore Um dos gatilhos que fizeram Kassab oferecer a Lula um vice do PSD para Fernando Haddad foi a convicção de que o Palácio dos Bandeirantes avalizou as negociações do DEM para uma aliança com Gabriel Chalita (PMDB), amigo e ex-secretário de Alckmin.
Maior apoio Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) é o petista mais entusiasmado com a aproximação de Kassab.
Correio elegante Do vice-governador Guilherme Afif, sobre os termos do namoro do PSD com Haddad: "É só um flerte, por ora. Ainda nem pegaram na mão".
Curinga O presidente do PSDB paulistano, Julio Semeghini, recorreu ontem ao ex-desafeto Walter Feldman na tentativa de reabrir o diálogo com os kassabistas.
De casa Em pouco mais de um ano de mandato, Dilma Rousseff fará sua terceira visita à sede do governo paulista. A presidente pretende assinar amanhã parceria com Alckmin para o financiamento de 97 mil moradias.
Trincheira Na esteira das denúncias de abuso da PM na cracolândia, o PT levará padres e desembargadores hoje à Câmara paulistana em sessão especial da Comissão de Direitos Humanos.
Ativismo Embora tenha desistido de debater a reforma do sistema financeiro internacional no Fórum Econômico de Davos, Dilma passará pelo Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, dia 26.
Em copas O silêncio da presidente sobre a composição da Comissão da Verdade já intriga aliados, que esperavam rápida definição de seus sete integrantes, dado o apreço da petista pelo tema.
Chamada oral Senadores saíram à caça dos integrantes da comissão representativa do Congresso para garantir quórum na sessão de amanhã que ouvirá o ministro Fernando Bezerra sobre a sucessão de denúncias na Integração Nacional.
Foco A despeito da suspeita de nepotismo e favorecimento em emendas, o DEM centrará seus questionamentos no privilégio a Pernambuco em verbas de prevenção a enchentes e nos baixos investimentos na rubrica.
Liga para mim Dirigentes de partidos da base governista estão com os nervos à flor da pele: trocam telefonemas regularmente para saber se Dilma já emitiu algum sinal sobre a reforma ministerial. Aguardam um chamado do Planalto até o dia 15.
Plano B Sob orientação de José Sarney, de sua filha Roseana e do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), o PMDB do Maranhão considera apoiar o vice-governador Washington Luís (PT) para a Prefeitura de São Luís. Peemedebistas demonstram insegurança quanto ao desempenho do secretário Max Barros, nome trabalhado pelo partido até então.
com LETÍCIA SANDER e FLÁVIO FERREIRA
tiroteio
"O PT prometeu o mundo no plano contra o crack e não fez nada. Agora, diz ter a fórmula para a cracolândia. De novo, espera alguém trabalhar para se apropriar do resultado."
DO PRESIDENTE DO PSDB-SP, PEDRO TOBIAS, sobre as críticas do governo federal, sobretudo na área de direitos humanos, à atuação do Estado e da prefeitura no combate ao tráfico na região central de São Paulo.
contraponto
Durante audiência sobre a Lei da Copa, em novembro passado, Romário (PSB-RJ) sabatinava dirigentes da CBF quando ultrapassou o tempo regimental. Foi advertido por Renan Filho (PMDB-AL), que presidia os trabalhos:
-Os deputados têm três minutos para falar. Conclua!
O relator, Vicente Cândido (PT-SP), interrompeu:
-Tem que jogar rápido para não perder gol.
O ex-jogador respondeu:
-Fazer gol é muito fácil. Quero ver se vocês vão ter a mesma rapidez na hora de relatar o projeto.
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