FOLHA DE SP - 11/12/11
Embora o crescimento do PIB no terceiro trimestre tenha sido zero, a economia brasileira tem boas perspectivas. Banqueiros, industriais e investidores estrangeiros, estabeleceram um consenso mundial sobre o país, quanto à atratividade para empreendimentos produtivos, bom ambiente para negócios e perspectivas positivas em 2012.
A redução do nível de atividade, que deverá ser parcialmente revertida no último trimestre pelo movimento de final de ano e a queda paulatina da taxa básica de juros, não pode ser atribuída apenas à crise mundial.
Responde, também, à estratégia do governo para conter pressões inflacionárias do choque dos preços das commodities no início do ano. Se as medidas macroprudenciais foram eficazes na contenção do crescimento, sua reversão redundará em retomada.
Todo o mundo está entusiasmado com o Brasil. E há motivo. Afinal, promovemos a ascensão socioeconômica de mais de 45 milhões de habitantes desde 2003, temos as maiores reservas hídricas, as mais extensas áreas agricultáveis disponíveis e uma imensa capacidade de produzir alimentos e biocombustíveis. Isto sem falar na riqueza e na diversidade mineral de nosso subsolo, onde encontramos do petróleo aos metais raros.
Apesar dos problemas com a concorrência desigual de algumas nações, câmbio e juros ainda desfavoráveis e carga tributária elevadíssima e burocrática, a nossa indústria é competente e avançada, produzindo bens de alto valor agregado e qualidade.
Os serviços são de elevado padrão e o mercado financeiro, sólido. Nossa democracia está se consolidando a cada eleição, e desvios graves que persistem são combatidos dentro dos preceitos da lei.
Percebe-se um contraste, nos planos político e econômico, entre o Brasil e as principais nações. A China, embora em crescimento ininterrupto, tem problemas institucionais e precisa, rapidamente, ampliar o consumo interno.
Na Índia, a demanda por melhor infraestrutura é maior que a nossa e cabe reduzir a dependência das suas empresas aos empréstimos em moeda estrangeira. A Europa não equaciona as dívidas soberanas e discute alternativas complexas para salvar o euro, enquanto os EUA debatem-se para equilibrar seu orçamento fiscal e voltar a crescer para combater o desemprego.
O Brasil está em posição muito boa. Não se trata de ignorar a conjuntura mundial e os desafios internos, especialmente a melhora do sistema educacional, mas de termos consciência de nossa condição e potencial para seguir crescendo.
Se a expansão do PIB do terceiro trimestre foi zero, nossas possibilidades merecem nota dez, ainda mais se acreditarmos em nós mesmos e não deixarmos predominar o pessimismo.
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