FOLHA DE SP - 30/12/11
BRASÍLIA - Brasileiros sexagenários ou mais idosos são cerca de um décimo da população do país atualmente. Em 20 anos, se as projeções dos demógrafos estiverem corretas, essa proporção vai dobrar.
Os aposentados, há um bom tempo, tornaram obsoleto o estereótipo de frágeis velhinhos de pijama -recolhidos a seus aposentos, conforme o antigo sentido da palavra.
Eles podem esperar por décadas de vida pela frente. Pelas estatísticas, a expectativa de sobrevida dos que chegaram aos 60 está em torno dos 20 anos, mas essa é apenas uma média que não revela o horizonte de possibilidades em expansão.
Graças à seguridade oficial, estão mais protegidos da pobreza e da miséria que os demais. Isso significa, em tese ao menos, mais acesso à informação e aos serviços públicos.
É o típico perfil de quem vai ambicionar mais direitos de cidadão. Se ainda não são, eles caminham para ser uma das mais importantes forças políticas do quadro nacional.
e sindicalistas já investem mais tempo e energia nesse filão. Ganha força o lobby para que seja definida política permanente de aumentos acima da inflação para todas as aposentadorias e as pensões, a exemplo do que é feito com os benefícios previdenciários equivalentes ao salário mínimo.
Um pleito não precisa ser majoritário para prosperar na democracia: uma minoria entusiasmada basta, se não houver oposição convicta e organizada. E poucos se animam a questionar ganhos que acabarão sendo de todos os que tiverem o privilégio de viver até lá.
Não há vantagem a ser concedida aos inativos que não tenha de ser paga pelos ativos; aposentados e pensionistas já consomem um quarto da arrecadação de impostos; há carências mais urgentes em saúde, educação e infraestrutura.
Mas ninguém disse que a democracia só lida com demandas economicamente razoáveis.
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